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Empresas buscam melhorar produtos, aumentar produção, reduzir custos trabalhistas e substituir tarefas realizadas por humanos.
Mais da metade (61%) das grandes empresas brasileiras planeja adotar a inteligência artificial nos próximos meses para automatizar diversas tarefas realizadas por humanos, conforme apontou uma pesquisa realizada com executivos e divulgada nesta quinta-feira (20). Segundo o estudo conduzido pela Universidade de São Paulo e pelo Instituto de Tecnologia de São Paulo, as aplicações da inteligência artificial vão desde a gestão de pagamentos a fornecedores até a elaboração de relatórios financeiros, abrangendo uma ampla gama de atividades corporativas.
Além disso, as empresas estão explorando o potencial da IA em atividades criativas, como a criação de anúncios publicitários, a redação de comunicados à imprensa e a elaboração de estratégias de marketing. A crescente adoção da inteligência artificial reflete a busca das organizações por eficiência, redução de despesas e aumento da produtividade em um mercado altamente competitivo. ‘A inteligência artificial se tornou essencial para impulsionar a inovação e a competitividade empresarial’, ressaltou um dos executivos entrevistados.
Inteligência Artificial na Redução de Custos Trabalhistas
‘Você corre o risco de ficar para trás’, alertou o professor de finanças da Duke, John Graham, diretor acadêmico da pesquisa, em uma recente entrevista à CNN. Ex-cientista-chefe da OpenAI anuncia a criação de uma nova empresa focada em inteligência artificial. O crescimento da Nvidia em 2024 superou o ganho combinado de cinco grandes empresas de tecnologia americanas. McDonald’s está diminuindo o uso de inteligência artificial em pedidos no drive-thru. Mas por que as empresas estão tão interessadas na inteligência artificial?
Parte desse interesse já está se concretizando, especialmente entre as grandes empresas que possuem recursos financeiros para investir em IA. Quase 60% de todas as empresas (e 84% das grandes empresas) pesquisadas afirmaram ter adotado software, equipamentos ou tecnologias, incluindo IA, para automatizar tarefas anteriormente realizadas por humanos. Essa pesquisa foi realizada entre 13 de maio e 3 de junho.
Os líderes empresariais estão buscando a inteligência artificial por diversos motivos, incluindo a redução de custos trabalhistas. De acordo com a Pesquisa CFO, as empresas estão utilizando a automação para melhorar a qualidade dos produtos (58% das empresas), aumentar a produção (49%), reduzir os custos trabalhistas (47%) e substituir trabalhadores (33%).
Apesar disso, especialistas acreditam que a inteligência artificial não resultará em uma perda massiva de empregos no curto prazo. John Graham afirmou: ‘Não acredito que veremos muitos empregos sendo perdidos este ano. No curto prazo, será mais uma questão de preencher lacunas e possivelmente não contratar alguém que seria contratado de outra forma, em vez de demitir alguém. Em parte, isso se deve ao fato de ser algo totalmente novo.’
A adoção da IA terá impacto nos trabalhadores, proporcionando-lhes mais tempo para se concentrar no que é realmente importante e gratificante. Reid Hoffman, investidor bilionário e cofundador do LinkedIn, prevê que a IA perturbará alguns empregos, mas não de imediato. Ele afirmou que em três a cinco anos, todos terão um tipo de assistente virtual que os auxiliará em diversas tarefas do dia a dia.
Hoffman enfatizou que, nos próximos anos, a IA funcionará como um ‘copiloto’ para os humanos, não como um piloto. Ele acredita que a transformação do trabalho está em curso e que os empregos humanos serão substituídos por outros humanos que utilizam a IA para melhorar suas atividades.
Enquanto isso, tanto empregadores quanto empregados estão preocupados com o custo de vida e as pressões inflacionárias. A pesquisa revelou que a inflação é a segunda maior preocupação para o próximo ano entre os diretores financeiros dos EUA. A inteligência artificial está cada vez mais presente nas estratégias das empresas, não apenas para automatizar tarefas, mas também para reduzir custos e impulsionar a eficiência.
Fonte: © CNN Brasil
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