Mudança na China com apoio do governo na política empresarial e ambiente de trabalho
Em Outubro de 2024, o cenário da fertilidade no mundo começou a mudar drasticamente, especialmente na China, onde o governo lançou uma iniciativa inédita para aumentar a taxa de natalidade. A medida, que consiste em visitas de porta em porta para convencer mulheres a ter filhos, gerou grande controvérsia e debate sobre a fertilidade e a liberdade de escolha das mulheres em relação à maternidade.
A partir daí, as discussões sobre fertilidade e reprodução se tornaram cada vez mais frequentes, com muitos especialistas argumentando que a procriação é um direito fundamental que deve ser respeitado e protegido. No entanto, o governo chinês parece determinado a aumentar a taxa de natalidade, mesmo que isso signifique interferir nas decisões pessoais das mulheres. A liberdade de escolha é fundamental e a pressão para ter filhos pode ser devastadora. Além disso, a relação entre casamento e fertilidade também é um tema importante, pois muitas mulheres estão optando por adiar o casamento e a procriação em favor de suas carreiras e objetivos pessoais. A mudança nos padrões sociais é inevitável e a flexibilidade é essencial para que as mulheres possam tomar decisões informadas sobre sua fertilidade e reprodução.
Introdução à Fertilidade
A questão da fertilidade tem sido um tema recorrente na China, com o governo e empresas privadas buscando maneiras de reverter a queda nas taxas de casamento e natalidade. Uma política empresarial sem precedentes foi implementada pela empresa química Shandong Shuntian Chemical Group, que exigiu que seus funcionários solteiros se casassem e formassem uma família até 30 de setembro ou enfrentassem a rescisão do contrato de trabalho. Essa medida foi apresentada como um apelo à lealdade e à responsabilidade social, alinhando-se aos esforços do governo para criar um ambiente mais favorável à fertilidade na China.
A empresa química não foi a pioneira em interferir na vida pessoal de seus funcionários, pois recentemente a rede de supermercados Pangdonglai proibiu seus trabalhadores de exigir ‘preços de noiva’ (dotes pagos pelos homens à família da futura esposa), argumentando que essa prática encarece o casamento e desestimula a formação de famílias. Diante da reação negativa, a Shandong Shuntian retirou a ordem que viralizou e foi obrigada a passar por uma ‘retificação’ imposta pelo governo local.
A Crise Demográfica
A polêmica evidenciou o nível de interferência que algumas empresas privadas parecem estar assumindo diante da crise demográfica. A nação chinesa está tão desesperada para resolver a queda na natalidade que já se considera a possibilidade de reduzir a idade legal para o casamento. Por trás disso, há uma drástica queda nas taxas de casamento e natalidade. Em 2023, apenas 6,1 milhões de casais se casaram – 20% a menos que no ano anterior e o menor número desde que o governo começou a registrar esses dados, em 1986. Além disso, a população diminuiu por três anos consecutivos, aumentando a preocupação com o impacto na economia e no futuro do mercado de trabalho do país.
A fertilidade é um tema que tem sido abordado de diversas maneiras, incluindo a implementação de políticas para incentivar a procriação e a reprodução. O governo chinês também implementou diversas iniciativas para incentivar a natalidade, desde subsídios até a revogação da política do filho único. Algumas das medidas mais polêmicas incluíram visitas domiciliares a mulheres para questioná-las sobre seus planos de gravidez, além de propagandas oficiais alegando que a gestação ‘torna as mulheres mais inteligentes’ e apelos para criar um ambiente social mais favorável à fertilidade, incluindo incentivos dentro do ambiente de trabalho.
Empresas como Ferramentas de Pressão
Empresas como a Shandong Shuntian Chemical Group têm sido utilizadas como ferramentas de pressão para incentivar a fertilidade e a procriação. O New York Times relatou que, embora o governo chinês não tenha emitido ordens diretas, como fez no passado com a política do filho único, tem incentivado um modelo de pressão social indireta. Segundo a ativista feminista Lu Pin, em vez de impor medidas drásticas, o Partido Comunista estaria transferindo essa pressão para as empresas privadas, utilizando normas sociais para influenciar a vida pessoal dos cidadãos e promover a fertilidade. Isso inclui a criação de um ambiente mais favorável à fertilidade no mercado de trabalho, com incentivos para os funcionários que se casam e têm filhos. A política empresarial tem sido um tema importante na discussão sobre a fertilidade e a crise demográfica na China.
Fonte: @ Minha Vida
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