Influenciadores da machosfera promovem ódio contra mulheres com discurso de ódio e formas de monetização.
A machosfera é um termo que tem sido cada vez mais discutido nos últimos anos, especialmente em relação à sua presença na internet. Uma pesquisa realizada pelo NetLab da UFRJ buscou entender melhor como essa machosfera opera, especialmente em plataformas como o YouTube. Os resultados mostraram que existem 137 canais no YouTube no Brasil que publicam conteúdo explicitamente misógino, o que é um número alarmante e que reflete a necessidade de uma maior conscientização sobre a importância do feminismo e da luta contra o machismo.
A misoginia é um problema grave que afeta não apenas a machosfera, mas também a sociedade como um todo. É importante entender que a misoginia não é apenas um problema de indivíduos, mas também de estruturas e sistemas que perpetuam a desigualdade de gênero. A machosfera é um exemplo disso, pois ela cria um espaço onde a misoginia pode se espalhar e se fortalecer. Além disso, a machosfera também é um exemplo de como o machismo pode se manifestar de forma mais sutil, mas não menos perigosa. É preciso lutar contra a misoginia e promover a igualdade de gênero. A pesquisa do NetLab da UFRJ é um passo importante nessa direção, pois ela ajuda a entender melhor como a machosfera opera e como podemos combatê-la. A luta contra a misoginia é uma luta contínua e que requer a participação de todos. É hora de agir e criar um mundo mais justo e igualitário para todos. A igualdade de gênero é um direito humano e deve ser respeitada e promovida em todos os aspectos da vida.
Introdução à Machosfera
Em um estudo abrangente que analisou 257 lives de oito canais, foi identificada uma arrecadação total que supera R$ 68 mil, evidenciando como a falta de regulamentação eficaz da internet, aliada à não aplicação das leis existentes, permite que conteúdos misóginos continuem circulando e gerando lucro. Especialistas destacam que essa realidade é um reflexo da ampla presença da machosfera, que se alimenta do discurso de ódio e da misoginia, encontrando formas de monetização em plataformas online. A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e blogueira feminista, Lola, criou o blog Escreva Lola Escreva em 2008, com o objetivo de dar visibilidade a casos de machismo e misoginia, sem imaginar que isso a colocaria no centro de uma campanha sistemática de ódio online, que anos depois se tornaria altamente lucrativo dentro da machosfera.
A partir de 2010, Lola começou a receber links para sites masculinistas e comunidades no Orkut, onde esses grupos já discutiam sobre ela, mesmo antes de ela saber da existência deles. Com o avanço da internet, esses grupos masculinistas ampliaram e diversificaram o discurso de ódio contra as mulheres, conquistando legiões de seguidores e encontrando formas de monetização, como a exibição de anúncios, doações em transmissões ao vivo, assinaturas e venda de serviços e produtos, todas essas estratégias para lucrar com a misoginia dentro da machosfera. Atualmente, 137 canais no YouTube no Brasil publicam conteúdo explicitamente misógino, somando mais de 105 mil vídeos e cerca de 152 mil inscritos, segundo uma pesquisa realizada pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que mapeou a chamada machosfera e descobriu que cerca de 80% desses canais adotam pelo menos uma estratégia de monetização.
A Machosfera e Seus Impactos
A machosfera se divide em subculturas com diferentes níveis de misoginia, como os red pills, incels e até nomes menos conhecidos, como os ‘pick-up artists’, que ensinam técnicas de manipulação para conquistar mulheres e reforçam estereótipos de gênero, todos contribuindo para a disseminação da misoginia e do machismo. A coordenadora do NetLab da UFRJ, Débora Salles, destaca que o ódio contra as mulheres se transformou num negócio rentável, não só para esses canais, mas principalmente para as plataformas, como o YouTube, que se beneficiam da falta de regulamentação e do discurso de ódio dentro da machosfera. Entre as estratégias para monetizar, a mais comum entre os canais analisados é a exibição de anúncios no YouTube, seguida pelo Programa de Membros da plataforma, que permite ao público pagar uma assinatura mensal em troca de conteúdos exclusivos, com preços variando de R$12,50 a R$ 149 por mês, segundo a pesquisa, mostrando como a machosfera encontra formas de lucrar com a misoginia e o machismo.
A pesquisa também revela que a machosfera é um mercado da misoginia, onde o discurso de ódio é transformado em um negócio rentável, com canais que adotam diferentes estratégias para monetizar seu conteúdo, incluindo a venda de serviços e produtos, e que a falta de regulamentação eficaz da internet permite que esses conteúdos continuem circulando e gerando lucro, alimentando a machosfera e reforçando a misoginia e o machismo. Além disso, a machosfera se alimenta do feminismo, como um discurso de ódio contra as mulheres, e encontra formas de monetização em plataformas online, como o YouTube, que se beneficiam da falta de regulamentação e do discurso de ódio, mostrando como a machosfera é um reflexo da sociedade e como é importante combater a misoginia e o machismo para criar uma sociedade mais justa e igualitária.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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