Combate às mudanças climáticas é tema tabu nas negociações
A utilização de combustíveis fósseis é um dos principais desafios que a humanidade enfrenta atualmente, pois sua queima libera grandes quantidades de gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global. A dependência dos combustíveis fósseis é um obstáculo significativo para a transição energética, pois muitos países ainda dependem fortemente desses recursos para gerar energia. A COP30, que acontecerá em novembro, em Belém, no Pará, é uma oportunidade para discutir estratégias para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e promover fontes de energia mais limpas e sustentáveis.
A carta de apresentação da presidência da COP30, apresentada pelo presidente André Corrêa do Lago, destaca a importância de reduzir a dependência do petróleo e do gás e promover a transição para fontes de energia mais limpas, como a energia solar e eólica. Além disso, a carta também aborda a necessidade de reduzir a queima de carvão e promover a utilização de óleo de forma mais eficiente e sustentável. É fundamental que os países trabalhem juntos para superar os desafios da transição energética e promover um futuro mais sustentável. A COP30 é um momento crucial para discutir essas questões e definir um caminho para a redução da dependência dos combustíveis fósseis e a promoção de fontes de energia mais limpas e sustentáveis. É hora de agir e trabalhar juntos para um futuro mais sustentável.
Introdução ao Combate às Mudanças Climáticas
O embaixador André Correa do Lago, escolhido por Lula para presidir o evento, apela por um mutirão internacional contra as mudanças climáticas, que chamou de ‘inimigo comum’. A carta tem tom inspirador, mas não aponta o dedo para o ‘elefante no meio da sala’: os combustíveis fósseis. Ambientalistas comentam sobre a importância de o assunto, visto como um tabu em negociações climáticas, ser priorizado. Se a gente quiser resolver o problema, nós vamos precisar atacar a origem do problema, que são os combustíveis fósseis, como o petróleo, o óleo, o gás e o carvão.
A Origem do Problema
As Conferências do Clima não chegam nesse ponto da discussão e já passou da hora disso acontecer, pontua Marcio Astrini, secretário-geral do Observatório do Clima. Nesse primeiro momento, ele avalia que não se trata de uma exclusão do tema no debate, mas uma ‘não inclusão, ainda’. Porém, em algum momento, vai ser preciso ‘apontar o dedo para o elefante que está no meio da sala’, que são os combustíveis fósseis, incluindo o petróleo, o óleo, o gás e o carvão. Para ele, é um trunfo o país estar ‘claramente comprometido com a agenda do clima’ e avalia que será preciso um amplo processo de pressão e união para que o tema entre em pauta.
O Setor da Economia e os Combustíveis Fósseis
Astrini explica que o pano de fundo da crise climática é o setor da economia voltado à produção dos combustíveis fósseis — como petróleo, óleo, gás e carvão –, que responde por mais de 80% do problema. ‘Tem que ser a hora da gente colocar no centro da discussão o debate sobre combustíveis‘, reforça. Em nota sobre a carta, o Observatório do Clima considera um ‘alívio saber que as negociações do Acordo de Paris agora estão na mão de profissionais que entendem o tamanho do buraco em que a humanidade está metida na conjunção infeliz da aceleração da emergência climática com o maior retrocesso geopolítico global em 36 anos’, mas se preocupa por ‘a única solução real para a crise do clima – a eliminação gradual, justa e equitativa dos combustíveis fósseis – ainda não consta na lista de prioridades da conferência de Belém’.
Medidas Efetivas para o Combate às Mudanças Climáticas
Há contradições no discurso do presidente da COP30, aponta Fábio Ishisaki, mestre em Ciência Ambiental (USP), consultor jurídico, professor de direito ambiental (PUC-SP), e associado e membro do Conselho Deliberativo da Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil (Aprodab). Para ele, por mais que a carta publicada tenha um tom de esperança e aponte esforços necessários, ela não propõe medidas efetivas para pautas urgentes como o fim da exploração e uso de combustíveis fósseis e os desastres climáticos cada vez mais recorrentes em território nacional, que são causados pelo uso excessivo de petróleo, óleo, gás e carvão. É necessário um combate às mudanças climáticas eficaz, que inclua a redução do uso de combustíveis fósseis e a implementação de um mutirão internacional para proteger o meio ambiente. Além disso, é fundamental entender a origem do problema e trabalhar em um processo de pressão para que os governos e empresas tomem medidas concretas para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, como o petróleo, o óleo, o gás e o carvão, e promover um setor da economia mais sustentável.
Fonte: @ Terra
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