Petroleira de Abu Dhabi fecha aquisição de petroquímica alemã em grande operação para expandir atuação no mercado, com valor de acordo e compra para impulsionar produção de hidrogênio em unidades produtivas.
A Adnoc, a petroleira estatal de Abu Dhabi, não desistiu de expandir sua presença no mercado petroquímico. Embora tenha abandonado a ideia de adquirir a participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, a empresa continua em busca de oportunidades estratégicas. A Adnoc está focada em diversificar sua carteira de ativos e fortalecer sua posição no setor de energia.
Na manhã de terça-feira, 1º de outubro, a Adnoc anunciou um acordo para adquirir a alemã Covestro, uma operação que envolve um investimento de US$ 13 bilhões (quase R$ 79 bilhões). Essa aquisição é um passo importante para a Adnoc consolidar sua presença no mercado petroquímico. A Covestro é uma empresa líder no setor de materiais de alta tecnologia e soluções de energia, o que se alinha com os objetivos estratégicos da Adnoc de expandir sua presença no mercado de petróleo e energia.
A Adnoc e a Expansão no Mercado de Energia
A Adnoc, uma das principais empresas de petróleo e gás do mundo, acaba de anunciar a maior aquisição na Europa em 2024. O acordo prevê que a Adnoc lançará uma oferta pública pelas ações da Covestro, uma empresa líder no mercado de materiais de polímeros de alta qualidade, pagando € 62 por papel (US$ 69,1). Esse valor representa um prêmio de cerca de 21% em relação ao fechamento de 23 de junho, último dia de negociação antes do início das negociações, além de um equity value de cerca de € 11,7 bilhões (US$ 13 bilhões).
A Adnoc também prevê uma injeção de capital de € 1,17 bilhão (US$ 1,3 bilhão) na Covestro, por meio da emissão de 18,9 milhões de novas ações, ao preço de € 62 a unidade, a serem adquiridas pela Adnoc. Com essa compra, a Adnoc incorporou um dos maiores fabricantes mundiais de materiais de polímeros de alta qualidade e seus componentes do mundo.
A Covestro e sua Presença no Mercado
A Covestro, resultado de um spinoff feito pela Bayer em 2015, é uma empresa líder no mercado de materiais de polímeros de alta qualidade. A companhia possui 48 unidades produtivas pelo mundo e emprega 17,5 mil pessoas, tendo como concorrentes a Basf e a Braskem. A empresa fechou 2023 com um prejuízo de € 198 milhões, uma diminuição de 18% ante a perda de 2022, enquanto a receita caiu 20%, na mesma base de comparação, a € 14,4 bilhões.
Listada na Bolsa de Frankfurt, a Covestro é avaliada em € 10,9 bilhões, com as ações acumulando alta de 6,2% no ano. A Adnoc, como uma das principais empresas de petróleo e gás do mundo, vem buscando expandir suas operações para outras áreas, como produção de hidrogênio, para diversificar suas fontes de receita. E o segmento petroquímico faz parte dessa iniciativa.
A Adnoc e suas Aquisições
Em fevereiro, a Adnoc fechou um acordo para adquirir quase 25% da companhia de produtos químicos austríaca OMV, que pertencia ao Mubadala, por um valor não revelado. No final de 2023, a estatal de Abu Dhabi se tornou acionista majoritária da produtora de amônia Fertiglobe, numa operação que somou US$ 3,6 bilhões.
A Adnoc também teve conversas bastante avançadas para adquirir a fatia da Novonor na Braskem – a empresa detém 38,8% do capital total e 50,1% do capital votante, com a Petrobras ficando 47% do capital votante e 36,1% do total. No entanto, em maio, a Braskem anunciou que a Adnoc desistiu da operação, depois de realizar uma oferta de cerca de R$ 10,5 bilhões no final do ano passado, equivalente a R$ 37,29 por ação.
Os motivos para a desistência não foram revelados, mas enquanto as negociações aconteciam, a Braskem viu seu passivo ambiental voltar novamente ao radar, um risco para esse tipo de transações, caso o comprador tenha de lidar com a situação. Em dezembro, uma das minas de sal-gema operadas pela companhia em Maceió sofreu um rompimento, gerando risco de afundamento da região em que está localizada, um bairro onde vivem pessoas na capital alagoana.
Fonte: @ NEO FEED
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