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Alerta: Surto brasileiro de coqueluche aumenta casos; cobertura vacinal insuficiente. Evite crises de tosse seca, principalmente em bebês menores de 6 meses.
Dez anos após o maior surto no Brasil, quando foram contabilizados 8.614 casos e 127 mortes, a coqueluche volta a ser assunto, agora por estar se espalhando na Ásia e na Europa. Mesmo com a situação ainda distante de nossas fronteiras, profissionais de saúde, hospitais e o Ministério da Saúde estão em alerta para evitar que a coqueluche, conhecida por causar crises de tosse seca, se torne uma ameaça novamente.
Enquanto a coqueluche ressurge em outras regiões, é essencial manter medidas preventivas para proteger a população. A doença, também chamada de tosse comprida, pode ser perigosa, especialmente para os bebês. Por isso, a conscientização e ações de saúde pública são fundamentais para evitar novas infecções e garantir o bem-estar de todos.
Coqueluche: A Importância da Imunização e Alerta para Surto Brasileiro
Neste mês, o ministério ampliou a imunização com a vacina dTpa — que protege contra difteria, tétano e coqueluche — para os profissionais de saúde que atuam em atendimentos em ginecologia, obstetrícia e pediatria. Doulas e funcionários de berçários e creches que cuidam de crianças de até 4 anos também podem receber a dose.
O alerta veio após o Boletim Epidemiológico da União Europeia, divulgado em maio, apontar aumento da doença em, pelo menos, 17 países, totalizando 32.037 casos notificados entre 1 de janeiro e 31 de março de 2024. Esses números se aproximam dos registros realizados neste ano pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China, que contabilizou 32.380 casos e 13 óbitos.
A cobertura vacinal insuficiente é o principal motivo do aumento de casos de coqueluche. Tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Além da vacinação, a imunização de contatos diretos e casos suscetíveis, o isolamento nos casos da doença que não requerem internação são medidas importantes para controlar a disseminação da doença.
O infectologista Igor Mochiutti, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que a vacina contra coqueluche, também conhecida como ‘tosse comprida’, é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos postos de saúde. Ela é administrada com a vacina pentavalente em bebês por meio de um esquema com três doses aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Para as gestantes, a dTpa é indicada a partir da 20ª semana de gravidez e a dose também é oferecida para puérperas. A adesão desse grupo é essencial para a proteção dos recém-nascidos, que ainda não estão prontos para receber a proteção. Até o último dia 6, foram registrados 115 casos de coqueluche no Brasil. No ano passado, foram 217 casos.
O último óbito pela doença foi registrado em 2020, segundo dados do Ministério da Saúde. O balanço de 2019 a 2024 mostra que 52% dos casos da doença ocorreram em crianças com menos de 1 ano.
As principais complicações da coqueluche são a otite, pneumonia pelo agente Bordetella Pertussis e por outros agentes secundários, e em casos mais graves, formas neurológicas da doença como a encefalopatia da coqueluche. Se não tratada, a infecção pode levar à morte.
A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Sua principal característica é a tosse incontrolável seguida de sibilo pulmonar, que produz um som agudo. A doença é dividida em três fases: a primeira é a fase catarral com sintomas respiratórios leves, como coriza e tosse, associados a febre leve e mal-estar geral. A segunda fase é a paroxística, onde ocorrem as crises de tosse seca de início súbito, incontrolável, rápido e curto. Após a
Fonte: @ Veja Abril
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