Lesões autoprovocadas com intenção deliberada exigem atendimento especializado, considerando a fragilidade emocional do paciente e suas limitações, além de acesso a recursos adequados, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).
O suicídio é uma questão grave que afeta a saúde pública no Brasil. De acordo com os dados do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2023, foram registradas 11.502 internações relacionadas a lesões autoprovocadas, o que equivale a uma média diária de 31 casos. Esse número é alarmante e reflete a necessidade de uma abordagem mais eficaz para prevenir o suicídio e suas consequências.
É importante notar que essas internações podem ser resultado de tentativas de suicídio ou autolesões, que são comportamentos que podem ser prevenidos com o apoio adequado. Além disso, é fundamental abordar as causas subjacentes que levam as pessoas a se autolesionarem ou a tentarem o suicídio. A compreensão desses fatores pode ajudar a desenvolver estratégias mais eficazes para reduzir o número de lesões autoprovocadas e promover a saúde mental no país. A prevenção é a chave para salvar vidas.
Os Dados Alarmantes do Suicídio no Brasil
A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) divulgou dados preocupantes sobre o aumento de internações por suicídio e tentativa de suicídio no Brasil. Em nota, a entidade destacou que os médicos de emergência são frequentemente os primeiros a prestar atendimento a esses pacientes, e que é fundamental capacitar esses profissionais para lidar com esses casos de forma eficiente e acolhedora, especialmente em situações de grande fragilidade emocional.
Segundo a Abramede, os números podem ser ainda maiores devido a possíveis subnotificações, registros inconsistentes e limitações no acesso ao atendimento em algumas regiões do país. Os dados mostram que, em 2016, houve uma oscilação nas notificações de internação por tentativa de suicídio, com uma leve queda em relação aos dois anos anteriores. No entanto, o índice voltou a subir em 2018, com um total de 9.438 casos, e alcançou o pico em 2023.
Variações Regionais e Perfil dos Pacientes
A análise regional das internações por lesões autoprovocadas revela variações significativas entre os estados brasileiros. Alagoas, por exemplo, teve o maior aumento percentual de 2022 para 2023, com um salto de 89% nas internações. Em números absolutos, os casos passaram de 18 para 34 no período. A Paraíba e o Rio de Janeiro também chamam a atenção, com aumentos de 71% e 43%, respectivamente.
Por outro lado, estados como São Paulo e Minas Gerais registraram números absolutos elevados, mas com aumentos percentuais menores. Alguns estados apresentaram reduções expressivas no número de internações por tentativa de suicídio e autolesões no ano passado, como o Amapá, que lidera a lista com uma queda de 48%.
A Abramede destaca que a Região Sul enfrenta uma ‘tendência preocupante’ de aumento desse tipo de internação. O perfil de pacientes internados por lesões autoprovocadas revela uma diferença significativa entre os sexos, com o número de internações de mulheres aumentando de 3.390 para 5.854 entre 2014 e 2023, enquanto o número de internações de homens caiu de 5.783 para 5.648 no mesmo período.
O grupo de 20 a 29 anos foi o mais afetado em 2023, com 2.954 internações, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos, que registrou 1.310 casos. ‘Os números ressaltam a vulnerabilidade dos jovens adultos e adolescentes, que, juntos, representam uma parcela significativa das tentativas de suicídio‘, avaliou a entidade.
Fonte: @ Agencia Brasil
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