Fundo de alocação para instituições, como fundos de pensão, com carteira customizada e gestoras globais.
O BTG Pactual selou um acordo inovador com a Janus Henderson Investors para trazer para o Brasil um fundo de alocação global da gestora, moldado especificamente para o público institucional. A ideia, segundo Will Landers, chefe da área de distribuição de terceiros do banco, é que fundos de pensão com disposição para compor sua carteira com um pedaço em classes internacionais tenham uma solução empacotada numa estrutura única e que serve a diversos bolsos, proporcionando uma gestão eficaz do fundo.
A parceria visa oferecer uma solução de investimento atraente para os fundos de pensão, permitindo que eles diversifiquem sua carteira com um fundo de alocação global. A gestão desse fundo será feita pela Janus Henderson Investors, que tem uma longa experiência em investimento global. Com isso, o BTG Pactual espera atrair mais investidores institucionais para o fundo, proporcionando uma oportunidade de investimento mais ampla e diversificada. É um passo importante para o desenvolvimento do mercado de fundos no Brasil, e pode ser um divisor de águas para os investidores institucionais que buscam uma solução de investimento mais eficaz. Além disso, a gestão eficaz do fundo é fundamental para o sucesso desse empreendimento, e a escolha certa do fundo pode fazer toda a diferença no resultado final.
Entendendo o Fundo de Alocação
O que percebemos é que há uma grande demanda por parte dos investidores institucionais por uma carteira customizada que cubra todos os mercados, com decisões de investimento e ativos diferentes, mas devido à desvalorização da moeda e ao tamanho das carteiras locais dos fundos de pensão e RPPS, muitos não têm tamanho suficiente para atrair um mandato exclusivo com gestoras internacionais, o que torna o fundo de alocação uma opção atraente. O executivo explica que, em geral, as gestoras globais aceitam montar fundos exclusivos com um aporte mínimo de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões, o que para os institucionais locais pode ser um valor alto demais, especialmente em tempos de dólar perto de R$ 6, o que pode afetar o fundo de alocação.
A maioria busca uma alocação pequena no mercado internacional, uma forma de começar a diversificar sua carteira e gestão, o que pode ser alcançado por meio de um fundo de alocação. Com quase US$ 380 bilhões globalmente, ao fim de 2024, a Janus Henderson tinha 28% do seu patrimônio vindo do bloco de países emergentes e da América Latina, o que demonstra a importância do fundo de alocação nesse contexto. O ‘feeder’ que o BTG vai distribuir com exclusividade no Brasil é o resultado do trabalho de vários times de alocação, que inclui estratégias de ações, renda fixa, moedas e commodities, carregado ainda derivativos para amortecer oscilações mais bruscas em períodos, o que pode ser uma opção interessante para o fundo de alocação.
A Importância do Fundo
A exposição vai ser em dólar, sem hedge para reais, o que pode ser um desafio para o fundo de alocação. Com o câmbio desfavorável, a Selic em 13,25% ao ano e as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) assegurando ganho real acima de 7%, Landers reconhece que a briga para tirar os institucionais do jogo doméstico é uma tarefa dura, especialmente quando se trata do fundo de alocação. A recomendação é que aquilo que está fora da renda fixa local não fique em outros ativos no Brasil porque num momento de estresse, ‘tudo cai junto’, prossegue Landers, o que pode afetar o fundo de alocação. O executivo cita o revés do fim do ano passado, que fez com que o resultado negativo de um único mês, inclusive nas NTN-Bs, as ‘queridinhas’ do segmento, detratasse as metas atuariais de 2024, o que pode ser um desafio para o fundo de alocação.
O aconselhável é colocar a porcentagem que seja em alocação internacional, e tentar chegar aos 10% que o institucional pode ter, é essa provocação que estamos fazendo, especialmente quando se trata do fundo de alocação. Landers afirma que a indústria de ‘feeder funds’, os veículos de gestoras globais no Brasil, chegou a reunir cerca de R$ 34 bilhões antes da pandemia e que hoje o conjunto de fundos ronda os R$ 12 bilhões, o que pode ser um desafio para o fundo de alocação. No BTG, essa parcela hoje se resume a R$ 750 milhões, com cifra semelhante investida diretamente por brasileiros em fundos diretamente lá fora, o que pode ser uma opção interessante para o fundo de alocação. A parceria com a Janus Henderson também é uma porta de acesso dos institucionais para o time global da gestora de origem britânica, que tem ações listadas nos Estados Unidos, o que pode ser um benefício para o fundo de alocação.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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