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A transação de Intel com a OpenAI, organização de pesquisa sem fins lucrativos, foi um momento bem diferente para a inteligência artificial generativa.
A Intel, empresa líder no mercado de chips, poderia ter se destacado ainda mais se tivesse investido na aquisição de uma companhia especializada em Inteligência Artificial. Com a notícia de que a empresa planeja demitir mais de 15 mil funcionários, fica evidente que a falta de visão estratégica no passado a deixou em desvantagem no cenário da IA.
Agora, com a concorrência acirrada no setor de tecnologia, a Intel precisa correr atrás do prejuízo e buscar maneiras de se reinventar no mercado de IA. A empresa pode aproveitar sua expertise em chips para desenvolver soluções inovadoras que atendam às demandas crescentes por tecnologias baseadas em Inteligência Artificial.
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Há cerca de sete anos, a empresa teve a oportunidade de adquirir uma participação na OpenAI, que, naquela época, era simplesmente uma organização de pesquisa sem fins lucrativos focada em um campo bastante peculiar: inteligência artificial generativa. O termo ganhou destaque após a própria OpenAI lançar, no final de 2022, o ChatGPT, um serviço capaz de interagir com os usuários. Nos meses subsequentes, outras empresas revelaram suas próprias ferramentas de IA generativa.
Relatos de quatro indivíduos com informações sobre a negociação entre Intel e OpenAI à Reuters indicam que, ao longo de vários meses em 2017 e 2018, executivos das duas entidades exploraram diversas alternativas para a transação. Uma das opções consideradas foi a aquisição pela Intel de uma participação de 15% na OpenAI por US$ 1 bilhão em dinheiro, conforme afirmaram três fontes. Duas fontes mencionaram que a gigante dos chips avaliou adquirir mais 15% se produzisse componentes para a startup a preço de custo. Naquela época, a Intel optou por não prosseguir com o negócio, em parte devido à crença do então CEO, Bob Swan, de que os modelos de IA generativa não teriam uma rápida adoção no mercado.
Swan considerava que os modelos de IA não justificariam o investimento da Intel, conforme relataram três fontes que preferiram manter o anonimato para discutir questões confidenciais. A OpenAI estava interessada em um aporte da Intel, pois isso reduziria sua dependência dos chips da Nvidia e permitiria à startup desenvolver sua própria infraestrutura, conforme afirmaram duas fontes. O acordo também não se concretizou porque a divisão de data center da Intel não estava disposta a fabricar produtos a preço de custo, acrescentaram as fontes. Um representante da Intel não respondeu às perguntas sobre o potencial acordo. Swan não se manifestou em relação a um pedido de comentário, e a OpenAI optou por não fazer nenhum pronunciamento.
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O que mudou para a Intel? A decisão da Intel de não investir na OpenAI, atualmente avaliada em cerca de US$ 80 bilhões, não havia sido divulgada anteriormente e é considerada como um dos vários contratempos estratégicos que levaram a empresa, outrora líder no segmento de chips de computador, a enfrentar dificuldades na era da IA. No início de agosto, a Intel anunciou um prejuízo de US$ 1,6 bilhão e uma queda de 1% na receita, o que resultou em uma significativa queda no valor de suas ações, marcando o pior dia de negociação desde 1974. A empresa informou que a demissão de 15 mil funcionários (15% de sua equipe) faz parte do plano de redução de despesas em US$ 10 bilhões até 2025.
‘Nossas receitas não atingiram as expectativas e ainda precisamos aproveitar plenamente tendências poderosas como a inteligência artificial. Nossos custos são elevados demais, e nossas margens são muito baixas’, afirmou o CEO da Intel, Pat Gelsinger, em comunicado. Pela primeira vez em 30 anos, a Intel vale menos de US$ 100 bilhões. A outrora líder de mercado – cujo slogan de
Fonte: © G1 – Tecnologia
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