Jogador de 13 anos foi condenado em 1989 por atentado ao pudor com uso de violência. Em 2024, tribunal suíço anulou o caso pois Cuca foi julgado à revelia, sem advogados.
Em um desenvolvimento recente da história do treinador Cuca, ele está de volta ao Atlético-MG, firmando um contrato por tempo indeterminado. Este é o segundo mandato de Cuca no clube, após ter deixado o cargo em junho. Anteriormente, ele havia sido condenado por estupro em 2019, mas sua condenação foi anulada por decisão do Tribunal Federal Suíço em 2021.
Com a reabilitação de sua imagem após a anulação da condenação, Cuca voltou a trabalhar como treinador, tendo assumido o Athletico-PR em março de 2022, mas sua permanência foi curta, já que deixou o cargo em junho do mesmo ano. Sua julgamento anterior e a posterior prescrito parecem não ter afetado sua capacidade de retorno às atividades. A assinatura do contrato com o Atlético-MG, com mais de 1.000 páginas, é outro desenvolvimento na sua carreira, demonstrando a magnitude do processo de contratação. Além disso, a inocência de Cuca foi reafirmada com a anulação da condenação, permitindo que ele retomasse seu trabalho com tranquilidade. Com o retorno ao Atlético-MG, Cuca terá a oportunidade de redefinir seu legado como treinador, longe das polêmicas de seu passado.
Assalto à Inocência
O ano era 1987 e um fato sombrio marcou a excursão do Grêmio à Europa. Cuca, então meio-campista da equipe gaúcha, e três colegas jogadores foram detidos na cidade de Berna, na Suíça, sob a acusação de terem praticado estupro sem consentimento contra uma adolescente de apenas 13 anos.
Uso de Violência e Tratado de Berna
Segundo a investigação local, a jovem se dirigiu ao quarto dos jogadores do Grêmio, onde ela foi puxada para dentro e submetida a estupro com uso de violência. Os quatro atletas ficaram cerca de um mês presos, até que pagaram fiança de 15 mil francos suíços e retornaram a Porto Alegre.
Processo de Milhares de Páginas
Alguns anos depois, em 1989, o caso voltou a ser julgado sem a presença de Cuca e de dois outros jogadores, que foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca sempre negou a acusação e alegou inocência.
Um Caso que Voltou à Tona
Em abril de 2023, o caso voltou a ser alvo de atenção quando Cuca deixou o Corinthians após dois jogos. Ele foi alvo de protestos da torcida, que não aceitou sua contratação, apesar de a diretoria acreditar na sua inocência. A diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna afirmou que o processo mostrava que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima e que ela o havia reconhecido durante a investigação.
Uma Anulação Inesperada
Após a saída de Cuca do Corinthians, ele formou uma equipe de advogados para reabrir o caso na Suíça. A defesa de Cuca tinha acesso ao processo de mais de mil páginas e pediu a anulação do julgamento de 1989. O Ministério Público da Suíça opinou que o caso estava prescrito, mas a presidente do Tribunal Regional de Berna-Mittelland decidiu anular o caso, argumentando que o julgamento se deu à revelia, sem a presença de Cuca e sem a defesa adequada.
Um Veredito Diferente
A decisão do tribunal concordou com o argumento apresentado pela defesa de Cuca, mas não entrou no mérito da questão, não inocentando o ex-jogador. Além disso, o tribunal decidiu indenizar Cuca em 9,5 mil francos suíços, aproximadamente R$ 50 mil na cotação de janeiro de 2024.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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