Evitar exposição de risco e comportamentos de risco para uma vida normal.
A epidemia do HIV já dura mais de quatro décadas, com cerca de 46 mil novas infecções registradas apenas no Brasil, em 2023. A realidade de quem vive com o HIV é muito diferente da observada no século passado, pois a medicina avançou e novos tratamentos foram desenvolvidos para controlar a doença. Além disso, a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce também aumentou.
No entanto, o vírus da imunodeficiência humana ainda é uma grande preocupação, pois pode levar à aids se não for tratado corretamente. A prevenção é fundamental para evitar a transmissão do HIV, e a educação sobre o assunto é essencial para mudar a percepção da sociedade em relação à doença. A pesquisa continua em busca de uma cura ou uma vacina para o HIV, e a colaboração entre cientistas e profissionais de saúde é crucial para encontrar soluções eficazes. Além disso, a solidariedade com as pessoas que vivem com o HIV é importante para garantir que elas recebam o apoio e o tratamento necessário para viver com dignidade.
Entendendo o HIV
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, ou HIV, não deixa de ser uma preocupação significativa, pois, quando não tratada, pode levar a uma condição extremamente debilitante, conhecida como aids. No entanto, é importante notar que essa é a realidade de apenas uma minoria dos pacientes. Atualmente, estima-se que mais de 80% dos brasileiros infectados pelo HIV estão em tratamento, e desses, 95% têm pouquíssimos vírus no corpo, o que os torna incapazes de transmitir a doença. Isso é um grande avanço em comparação com os primeiros casos de infecção, quando o tratamento era muito mais complexo e exigia a ingestão de vários medicamentos, conhecidos como coquetéis.
Tratamento e Prevenção do HIV
Hoje em dia, quem tem o HIV não precisa mais tomar esses coquetéis. Bastam um ou dois comprimidos por dia para que o indivíduo tenha uma vida tão saudável e plena quanto a de qualquer outro cidadão. No entanto, apesar desses avanços, muitas informações incorretas sobre a doença continuam presentes no imaginário popular. Um dos principais mitos é que o HIV atinge apenas pessoas de ‘grupos de risco’. No entanto, especialistas não falam mais em grupos de risco, mas em comportamentos de risco, como exposição de risco, que inclui situações em que há maior chance de contato com o vírus, como sexo sem proteção ou o uso compartilhado de seringa. O HIV pode atingir qualquer pessoa que tenha exposição ao vírus, independentemente da orientação sexual, identidade de gênero, idade ou condição social, levando à aids se não for tratado.
Compreendendo a Exposição de Risco
De acordo com Alexandre Naime Barbosa, Chefe do Departamento de Infectologia da Unesp, ‘o termo correto é ‘exposição de risco’, ou seja, situações em que há maior chance de contato com o vírus’. Isso inclui comportamentos de risco, como sexo sem proteção ou o uso compartilhado de seringa, que podem aumentar a chance de contrair o HIV e desenvolver aids. Além disso, a condição social também pode influenciar a exposição ao vírus, pois pessoas em posições de menor assistência à saúde ou maior estigma podem ter mais dificuldade em acessar informações e recursos para prevenir a infecção.
Dados e Estatísticas sobre o HIV
De acordo com dados do Ministério da Saúde, dos mais de 380 mil casos registrados desde 2007, 70% ocorreram em homens e 23% ocorreram em jovens de 15 a 24 anos de idade. Homens que fazem sexo com homens e pessoas trans também são desproporcionalmente afetadas pelo HIV e pela aids. No entanto, isso não quer dizer que esses grupos são os únicos que precisam tomar cuidado. Na última década, o número de diagnósticos em pessoas com mais de 60 anos quadruplicou, e apenas em 2023, mulheres com mais de 50 representaram mais de 21% dos novos casos entre o sexo feminino, enquanto entre os homens esse número foi de 9%. Isso significa que a proteção – e a testagem constante – deve ser adotada por todos, independentemente da idade ou condição social, para prevenir a transmissão do HIV e da aids.
Prevenção e Tratamento do HIV
Qualquer pessoa sexualmente ativa está suscetível a ser infectada pelo HIV. A camisinha é a única maneira de prevenir a infecção? Por muito tempo, o uso de preservativo foi o único método para proteger contra a infecção, mas isso já não é mais realidade. Há mais de uma década, farmacêuticas desenvolveram as chamadas profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-infecção, que servem como uma maneira de barrar o vírus. A profilaxia pós-exposição (PEP) pode ser utilizada até 72 horas após uma possível exposição ao vírus – sexo sem camisinha, ou perfuração com agulhas usadas, por exemplo. Já a pré-exposição (PrEP) pode ser utilizada diariamente ou sob demanda por indivíduos que saibam que vão viver uma experiência de risco, ajudando a prevenir a transmissão do HIV e da aids.
Fonte: @ Veja Abril
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