Mulheres investem com cautela, grupos difundem informação sobre redes sociais e independência financeira
A disparidade de gênero no mercado de investimentos ainda é um desafio significativo, com homens representando 73,74% dos investidores da bolsa brasileira, a B3, enquanto mulheres são apenas 26,26%. Isso mostra que as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade nos investimentos. Além disso, a falta de diversidade no mercado de investimentos pode levar a uma perda de oportunidades para as mulheres que desejam investir.
No entanto, é importante notar que as investidoras estão começando a ganhar espaço no mercado de finanças, e a bolsa está se tornando mais acessível para elas. Com o aumento da conscientização sobre a importância da igualdade de gênero nos investimentos, é provável que vejamos um aumento no número de mulheres investindo na bolsa. Além disso, a educação financeira é fundamental para que as mulheres possam tomar decisões informadas sobre seus investimentos. A igualdade de gênero nos investimentos é um objetivo que deve ser perseguido, e é importante que as mulheres tenham acesso a recursos e oportunidades para investir com confiança. O futuro dos investimentos depende da capacidade de atrair e reter investidoras talentosas e diversificadas.
Investimentos e Empoderamento
As comunidades de finanças nas redes sociais têm desempenhado um papel fundamental na redução da diferença de gênero nos investimentos, impulsionando mulheres a se tornarem investidoras por meio de um espaço para troca de conhecimentos. Foi o que fez, em 2018, Victoria Giroto, contadora, junto com uma colega, criando rodas de conversa sobre investimentos em um projeto chamado ‘Invista como uma garota’, que visava promover a independência financeira e a proteção patrimonial. Com a pandemia, o projeto saiu do formato presencial e virou clube do livro online em 2021 e, em 2023, se desdobrou no podcast ‘Talvez você deva falar sobre dinheiro’, focado na independência financeira, apresentado por ela e Carol Frigério, administradora e planejadora financeira, que abordam temas como direitos das mulheres em relação aos investimentos.
As rodas de conversa criadas por Victoria Giroto e sua colega permitiram que as mulheres tivessem um espaço para discutir sobre investimentos sem medo, tirar dúvidas simples sobre o que é tesouro direto e questões comportamentais, como o controle de gastos impulsivos. Esse tipo de iniciativa tem sido fundamental para o empoderamento das mulheres nos investimentos, permitindo que elas se tornem investidoras mais confiantes e informadas. Além disso, as comunidades de finanças nas redes sociais, como o grupo ‘Investimentos das Minas’, criado há cinco anos, têm formado uma rede de apoio exclusiva para mulheres de todo o país, com mais de 21 mil membros no Facebook e mais de 200 participantes no grupo do WhatsApp ‘Manas Investem’, que discutem sobre investimentos e compartilham experiências.
Comunidades de Finanças
A ideia do grupo ‘Investimentos das Minas’ nasceu quando Caroline Humphreys, advogada, fundou um grupo no Facebook sobre mulheres que investem, onde conheceu Nahra Borges, gestora pública. Borges já fazia parte de um grupo de finanças liderado por outra mulher, que precisou se afastar da gestão e ofereceu a administração da comunidade para ela. Humphreys criou o primeiro grupo quando estava buscando entender mais sobre investimentos, depois de experiências negativas em outros grupos, onde era tratada de forma condescendente por fazer perguntas consideradas ‘bestas’. Ela queria um ambiente realmente para aprender, de preferência com linguagem fácil, e encontrou isso no grupo ‘Investimentos das Minas’, que se tornou um espaço para partilha de experiência e conhecimento sobre investimentos, bolsa e finanças.
Segundo Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, o número de mulheres na bolsa não reflete uma questão de ‘não gostar de tomar risco’, mas de ‘entender melhor os investimentos’, e, por isso, as comunidades e grupos acabam ajudando a empoderar novas investidoras, já que criam um espaço para partilha de experiência e conhecimento sobre investimentos. As comunidades de finanças nas redes sociais têm desempenhado um papel fundamental na redução da diferença de gênero nos investimentos, permitindo que as mulheres se tornem investidoras mais confiantes e informadas, e promovendo a independência financeira e a proteção patrimonial. Além disso, as investidoras têm encontrado um espaço para discutir sobre investimentos sem medo, tirar dúvidas simples e compartilhar experiências, o que tem sido fundamental para o empoderamento das mulheres nos investimentos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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