Vírus semelhante à Síndrome Respiratória encontrado no Ceará
Em uma descoberta recente, pesquisadores brasileiros, em colaboração com cientistas da Universidade de Hong Kong, identificaram um novo coronavírus em morcegos da espécie Molossus molossus, no estado do Ceará. Essa identificação é de grande importância, pois o coronavírus é um agente viral que pode causar doenças graves em humanos e animais. A pesquisa foi realizada com o objetivo de entender melhor a diversidade de coronavírus em diferentes espécies de morcegos.
A identificação desse novo coronavírus é um exemplo de como o estudo de vírus e agentes virais pode ajudar a prevenir surtos de doenças. Além disso, a pesquisa também pode contribuir para o entendimento de como o MERS-CoV, um tipo de coronavírus que afeta humanos, se espalha e se adapta a diferentes ambientes. É fundamental continuar monitorando a presença de coronavírus em diferentes espécies. A colaboração internacional é essencial para combater a disseminação de doenças causadas por vírus. Com a identificação desse novo coronavírus, os pesquisadores podem desenvolver estratégias para prevenir a transmissão do vírus e proteger a saúde pública.
Descoberta do Coronavírus
O coronavírus encontrado na América do Sul apresenta semelhanças genéticas notáveis com o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio, conhecido como MERS-CoV, que foi identificado pela primeira vez na Arábia Saudita em 2012. Essa descoberta foi publicada no Journal of Medical Virology e revela que o novo vírus possui uma sequência genética com 71,9% de similaridade em relação ao genoma do MERS-CoV, um agente viral que tem causado preocupação global. Além disso, o gene responsável pela produção da proteína spike, estrutura utilizada pelo coronavírus para se ligar às células hospedeiras, tem 71,74% de identidade com a versão encontrada no vírus isolado de humanos na Arábia Saudita em 2015.
A pesquisa foi liderada por Bruna Stefanie Silvério, primeira autora do estudo e doutoranda da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), que explicou que ainda não é possível determinar se o coronavírus tem a capacidade de infectar humanos. No entanto, a presença de partes da proteína spike sugere uma potencial interação com o receptor utilizado pelo MERS-CoV, um vírus que tem sido objeto de estudo devido à sua capacidade de causar doenças respiratórias graves. Para esclarecer essa questão, experimentos em laboratórios com alto nível de biossegurança estão programados para ocorrer ainda este ano em Hong Kong, com o objetivo de entender melhor o comportamento desse novo agente viral.
Importância do Monitoramento
A equipe de cientistas identificou sete tipos de coronavírus em cinco morcegos coletados pelo Laboratório Central de Saúde do Ceará (Lacen), em Fortaleza, o que reforça a diversidade genética de coronavírus presente na fauna local. Os animais pertencem a duas espécies diferentes: Molossus molossus, de hábitos insetívoros, e Artibeus lituratus, uma espécie frugívora. A descoberta destaca a importância do monitoramento dessas populações para prevenir eventuais riscos à saúde pública, especialmente considerando que o MERS-CoV, um vírus que inspirou preocupação global desde sua identificação em 2012, causou mais de 800 mortes em 27 países. A similaridade encontrada entre o novo coronavírus e o MERS-CoV alerta para a necessidade de investigações aprofundadas sobre sua transmissibilidade e possíveis impactos na saúde humana, tornando essencial a continuidade dos estudos sobre esse agente viral.
Fonte: @ Terra
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