Mundo hiperativo: diagnósticos atraem pais e jovens. Transtorno, déficit, distúrbio e comportamentos impulsivos têm fundo genético, exigindo investigação aprofundada.
O TDAH é um distúrbio neurobiológico que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A falta de atenção e a hiperatividade são sintomas comuns que podem impactar significativamente a vida diária de quem sofre com essa condição. Muitas pessoas buscam informações sobre o TDAH na internet, procurando entender melhor como lidar com os desafios que ele apresenta.
No entanto, é importante lembrar que o TDAH é mais do que apenas uma questão de falta de atenção. É uma condição complexa que envolve o cérebro e o comportamento. O transtorno do déficit de atenção, como também é conhecido, pode afetar a capacidade de concentração, a memória e a habilidade de realizar tarefas diárias. Além disso, a hiperatividade pode levar a comportamentos impulsivos e agressivos, tornando a vida diária ainda mais desafiadora. Compreender melhor o TDAH é o primeiro passo para encontrar soluções eficazes.
O TDAH: Um Distúrbio Neurobiológico em Foco
A crescente popularidade do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) nas redes sociais e nas conversas cotidianas nos leva a questionar se estamos vivendo uma epidemia desse distúrbio que afeta crianças, jovens e adultos. O aumento de 570% nas pesquisas sobre o termo nos motores de busca em relação a cinco anos atrás é um indicador claro da demanda por informações sobre o assunto.
Profissionais de saúde e influenciadores famosos estão abordando o tema nas redes sociais, e ao menos quatro livros recém-lançados no país se propõem a desmistificar o assunto. É importante divulgar o problema e acabar com os estigmas, mas é crucial evitar diagnósticos fajutos e tentativas de pasteurizar os sintomas.
O interesse sobre o TDAH, um nó mental de fundo genético que afeta a capacidade de concentração e leva à adoção de comportamentos impulsivos, começou a crescer durante o confinamento imposto pela pandemia. O tema ganhou tração na internet com abordagens diversas, desde perfis que tratam o transtorno com tom científico e sensível até outros que o abordam de maneira jocosa.
Enquanto um boom de autodiagnósticos se anunciava, médicos enfatizaram que apenas uma investigação mais aprofundada poderia confirmar ou não a presença do quadro. Além disso, a chegada ao Brasil do primeiro medicamento para TDAH sem propriedades estimulantes, o Atentah, foi uma revolução que eliminou o risco de dependência. A busca por esse medicamento na internet cresceu mais de 3.000%.
A Condição de Hiperatividade e o TDAH
A queda da patente do mais famoso remédio prescrito atualmente para o TDAH, o Venvanse, também é um fator importante. Esse medicamento, que às vezes não é usado pelos pacientes e acaba nas mãos de pessoas sem o diagnóstico que querem apenas melhorar sua performance mental, é um exemplo de como o TDAH pode ser mal compreendido.
O psiquiatra Guilherme Polanczyk, professor da Faculdade de Medicina da USP e uma das principais autoridades na área, está conduzindo um estudo para revisar a prevalência do problema. Em 2007, com base em mais de 100 pesquisas de todos os continentes, o índice de prevalência do TDAH chegava a 5% da população. Sete anos depois, uma atualização foi feita, e agora os dados estão sendo analisados.
‘Até o momento não temos nenhuma evidência de um aumento real no número de pessoas afetadas’, afirma o médico. Traços do que hoje chamamos de TDAH foram descritos desde a Antiguidade, mas a classificação no principal manual para diagnóstico de transtornos mentais, compilado pela Associação Americana de Psiquiatria, ocorreu apenas em 1987.
O TDAH é um distúrbio neurobiológico que afeta a capacidade de concentração e leva à adoção de comportamentos impulsivos. É um transtorno que pode ser tratado com medicamentos e terapias, mas é importante que os diagnósticos sejam feitos por profissionais de saúde qualificados. A conscientização sobre o TDAH é importante para acabar com os estigmas e garantir que as pessoas afetadas recebam o tratamento adequado.
Fonte: @ Veja Abril
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