Estresse celular afeta expressão gênica e síntese de proteínas
A doença de Alzheimer é uma condição neurológica que afeta milhares de pessoas no Brasil, com cerca de 1,2 milhão de indivíduos vivendo com a doença. A Alzheimer é uma das principais formas de demência, e sua causa ainda não é bem compreendida, mas pesquisas recentes têm avançado na busca por respostas. É fundamental entender melhor essa doença para desenvolver tratamentos eficazes.
Estudos sobre a Alzheimer têm mostrado que essa doença neurológica é complexa e multifacetada, envolvendo uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. A demência é um sintoma comum da Alzheimer, e pode ser caracterizada por perda de memória, confusão e dificuldade de comunicação. É importante lembrar que a Alzheimer é uma condição neurológica progressiva, o que significa que seus sintomas pioram ao longo do tempo. Portanto, é crucial que os pacientes com Alzheimer recebam apoio e cuidado adequados para lidar com os desafios dessa doença. A doença neurológica de Alzheimer ainda é um desafio para a medicina, mas com a continuação das pesquisas, espera-se que novos tratamentos e terapias sejam desenvolvidos para ajudar a controlar essa condição.
Introdução ao Alzheimer
Por muito tempo, duas teorias disputaram espaço na comunidade científica sobre a causa principal do Alzheimer: uma apontava a redução de um tipo de neurotransmissor responsável pela memória e pelo aprendizado, enquanto a outra, mais aceita, indicava o acúmulo de peptídeos beta-amiloides no cérebro como o responsável pela doença neurológica. No entanto, uma nova proposta, publicada no periódico científico Alzheimer’s and Dementia, fornece uma base capaz de unir as duas hipóteses, oferecendo uma nova perspectiva sobre a condição neurológica do Alzheimer.
De acordo com essa teoria, os grânulos causados pelo estresse celular estariam impedindo que a mensagem saia do núcleo da célula para dar instruções para que ela funcione corretamente. Isso faz sentido, pois o núcleo da célula é onde fica o DNA, e para que ele dê instruções para a célula, um pequeno mensageiro precisa ultrapassar uma barreira para chegar ao resto da célula e ser transformado em proteína, que são moléculas com muitas funções diferentes. Quando essa mensagem não consegue chegar ao destino, tudo deixa de funcionar corretamente, levando a uma demência associada ao Alzheimer.
Desenvolvimento da Teoria do Alzheimer
Essa ideia vem ganhando espaço desde os anos 2000, como explica Mychael Lourenço, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e líder de um grupo de pesquisa que estuda Alzheimer apoiado pelo Serrapilheira. ‘Para que as células funcionem de forma adequada, elas precisam transformar a informação do DNA em algo útil, processo chamado de expressão gênica.’ Ele explica que diversos estudos anteriores, inclusive alguns produzidos pelo seu grupo de pesquisa, já mostravam que em pessoas com Alzheimer, o processo de transcrição gênica, transporte celular e síntese de proteínas estava comprometido, contribuindo para a doença neurológica e a demência.
O trabalho mais recente compilou esses estudos para concretizar a ideia de que essas alterações, na verdade, são a causa dessa condição neurológica e não apenas uma de suas características. ‘Essa perspectiva oferece um novo ângulo para pesquisas futuras’, afirma Patrícia Pontes, especialista em neurogenética e médica geneticista da Dasa Genômica. ‘Ela oferece uma abordagem mais abrangente, sugerindo que a falha no sistema de transporte celular, associada à formação de grânulos de estresse, pode ser o evento inicial que desencadeia tanto o acúmulo de amiloide quanto as disfunções colinérgicas, além de outras alterações moleculares observadas na doença do Alzheimer.’
Implicações da Nova Teoria do Alzheimer
Embora a teoria tenha sido bem recebida, ela não responde a todas as perguntas sobre o Alzheimer. Apesar do mecanismo estar sendo descrito, a causa original ainda não é bem elucidada. Isso acontece porque os grânulos causados pelo estresse celular geralmente protegem a célula, mas costumam desaparecer quando a fonte de estresse é removida. No entanto, a nova teoria oferece uma nova perspectiva sobre a demência e a doença neurológica do Alzheimer, e pode levar a novas abordagens para o tratamento e prevenção da condição neurológica. Além disso, a compreensão da relação entre o estresse celular, a expressão gênica e o transporte celular pode ajudar a desenvolver novas estratégias para prevenir ou tratar a demência associada ao Alzheimer.
Fonte: @ Veja Abril
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