Água da chuva contém agrotóxicos dissolvidos como atrazina.
Um estudo recente divulgado na revista Chemosphere trouxe à tona uma preocupação ambiental grave, revelando que a água da chuva nas cidades paulistas de Brotas e Campinas, bem como na capital do Estado, São Paulo, está contaminada com agrotóxicos. Essa contaminação é um sinal de alerta para a necessidade de uma gestão mais eficaz dos agrotóxicos no meio ambiente, considerando os riscos que eles representam para a saúde humana e para os ecossistemas.
A presença de agrotóxicos na água da chuva é um indicador de como essas substâncias químicas podem se espalhar e afetar diferentes componentes do meio ambiente. Além dos agrotóxicos, outros termos como venenos, pesticidas, defensivos agrícolas e substâncias tóxicas são frequentemente utilizados para descrever essas substâncias perigosas. A contaminação por agrotóxicos e outros venenos é um problema que requer atenção imediata, pois pode ter consequências graves para a saúde pública e para o equilíbrio dos ecossistemas. É fundamental tomar medidas para reduzir o uso de agrotóxicos e substâncias tóxicas em áreas agrícolas e urbanas, promovendo práticas mais sustentáveis e seguras. A conscientização sobre os riscos associados aos agrotóxicos e defensivos agrícolas é essencial para impulsionar mudanças positivas em nossa relação com o meio ambiente.
Introdução aos Agrotóxicos
A pesquisa coordenada por Cassiana Montagner, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp), analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada durante 36 meses, entre 2019 e 2021. Quando aplicados nas lavouras, parte dos agrotóxicos se dissipa na atmosfera, tornando-se venenos e pesticidas que podem afetar a saúde humana e a vida aquática. Fatores como vento e temperatura influenciam sua distribuição e, em condições específicas, as substâncias se condensam nas gotas de chuva, podendo retornar ao solo e contaminar corpos d’água em áreas distantes das plantações, onde são utilizados defensivos agrícolas e substâncias tóxicas.
Análise dos Agrotóxicos
Por isso, além de calcular as concentrações dos agrotóxicos, o grupo também estabeleceu correlações com dados climáticos – como volume da precipitação, direção e velocidade dos ventos –, na tentativa de compreender as dinâmicas e rotas aéreas dessas substâncias, bem como o papel da quantidade de chuvas no seu retorno à terra firme. Nas amostras coletadas, foram detectados 14 agrotóxicos e cinco compostos derivados, com destaque para o herbicida atrazina, presente em 100% das amostras, e o fungicida carbendazim, proibido no Brasil, mas ainda encontrado em 88% do material coletado. Outros produtos também apareceram em concentrações alarmantes e o herbicida tebuthiuron foi detectado pela primeira vez em água de chuva, estando presente em 75% das amostras, o que pode ser considerado um veneno para a saúde humana.
Riscos dos Agrotóxicos
Apesar de as concentrações não ultrapassarem os limites permitidos para a água potável no Brasil, parte das substâncias detectadas não tem padrões de segurança estabelecidos, ou seja, não há indicadores de concentração segura. Além disso, segundo os pesquisadores, a exposição crônica a baixas doses pode causar danos à saúde humana e à vida aquática, tornando-se pesticidas e defensivos agrícolas perigosos. O herbicida 2,4-D foi o composto com maior concentração na água de Brotas, e sua aplicação aérea foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, devido à alta capacidade de transporte pelo ar e aos efeitos deletérios já comprovados para a fertilidade humana, sendo considerado um veneno e uma substância tóxica.
Conclusão sobre os Agrotóxicos
A pesquisa com o 2,4-D também mediu os efeitos de outro agrotóxico que traz apreensão, o fipronil, conhecido por ser potencialmente tóxico para as abelhas e cuja meia-vida em ambientes aquáticos é longa, chegando a 220 dias. O inseticida já foi banido na União Europeia, mas continua registrado para uso no Brasil e nos Estados Unidos, sendo um defensivo agrícola e uma substância tóxica perigosa. No estudo com a água da chuva em Brotas, Campinas e São Paulo, o fipronil também apareceu como possível vilão, sendo detectado em pelo menos 67% das amostras analisadas e seus níveis foram considerados alarmantes, tornando-se um veneno e um pesticida que pode afetar a saúde humana e a vida aquática.
Fonte: @ Veja Abril
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