ouça este conteúdo
Valores devem subir nos próximos anos, devido à variação climática. Mercado de energia livre permite ao cliente negociar preços diretamente.
Os consumidores do mercado livre de energia elétrica devem se deparar com uma maior instabilidade nos valores da energia nos próximos meses, devido à previsão de que o Brasil enfrentará um inverno mais seco e quente.
Essa mudança climática pode impactar diretamente a demanda por eletricidade no país, influenciando assim a oferta e os custos associados à produção de energia.
Novo cenário energético e seus impactos no mercado
O atual cenário energético marca uma mudança significativa em relação aos últimos dois anos, nos quais os preços da energia permaneceram próximos ao piso. No mercado livre de energia, os clientes têm a possibilidade de negociar diretamente a compra de eletricidade com a geradora ou com uma comercializadora, escapando da obrigação de consumir exclusivamente a eletricidade fornecida pela distribuidora. Essa alternativa está disponível no Brasil para todos os clientes de alta tensão.
Os consumidores que optam por essa modalidade ficam sujeitos à negociação a partir do preço de liquidação das diferenças (PLD), que varia de acordo com as condições do mercado. Como a maior parte da eletricidade no Brasil é gerada por fontes hidrelétricas, é natural que os preços aumentem em períodos de menor pluviosidade, quando a produção dessas usinas diminui e é necessário acionar as termelétricas, que são mais dispendiosas.
A previsão para o inverno deste ano indica períodos prolongados de seca, com temperaturas acima da média e picos de frio intenso, o que aumenta os riscos de geada. Essas condições são influenciadas pelo fenômeno La Niña, que reduz a temperatura das águas do Oceano Pacífico e tende a intensificar as secas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, onde se concentram a maioria das usinas hidrelétricas do país.
A tendência de redução nas chuvas e na geração hidrelétrica, aliada à expectativa de temperaturas mais elevadas que o habitual, traz preocupações para o setor elétrico. Em períodos mais quentes, o uso de ar condicionado aumenta, elevando o consumo de energia. Com a formação do La Niña em agosto, espera-se um período seco prolongado e atraso na retomada do período úmido na primavera, o que pode resultar em maior variação nos preços ao longo do dia.
Os impactos desse cenário já são perceptíveis no mercado livre de energia, com o PLD ultrapassando o piso de R$ 61,07 por megawatt-hora (MWh) e chegando a superar a marca dos mil reais em determinados momentos. Essa situação tende a preocupar especialmente os clientes que aderiram ao mercado livre nos últimos anos e ainda não enfrentaram cenários tão desafiadores.
A partir de 2024, todos os consumidores de alta tensão terão a possibilidade de migrar para o mercado livre. A crise hidrológica mais recente no Brasil ocorreu em 2021, evidenciando a importância de uma gestão eficiente e estratégica da energia em um contexto de constantes mudanças climáticas e oscilações de preços no setor.
Fonte: @ Info Money
Comentários sobre este artigo