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Dona Ivone, ex-servidora do Ministério da Saúde, é reconhecida por promover tratamento psiquiátrico humanizado e terapia ocupacional.
Nascida em um período em que a garantia da saúde era um desafio ainda maior para a população brasileira, Ivone Lara se destacou como uma figura fundamental no Ministério da Saúde durante suas décadas de trabalho. Sua atuação como enfermeira exemplar não apenas contribuiu para a melhoria dos serviços de saúde, mas também a consolidou como uma defensora incansável da importância do tratamento humanizado.
A trajetória de Ivone Lara reflete não apenas sua dedicação à área da saúde, mas também sua influência nas políticas de saúde do país. Seu legado perdura como um exemplo inspirador para as futuras gerações de profissionais da saúde, destacando a importância de um sistema de saúde acessível e de qualidade para todos os cidadãos.
Legado de Dona Ivone Lara na Saúde e no Samba
Dona Ivone, cujo nome era reconhecido por muitos, veio ao mundo na cidade maravilhosa em 13 de abril de 1922 e adentrou a faculdade de enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio) aos 17 anos. Mais tarde, aprimorou-se em terapia ocupacional sob a orientação da renomada médica Nise da Silveira, psiquiatra que revolucionou a abordagem aos indivíduos com questões mentais no Brasil.
Para além de seu compromisso com a saúde, Dona Ivone Lara também se destacou como sambista, sendo carinhosamente chamada de ‘Grande Dama do Samba’, tornando-se a primeira mulher a assinar um samba-enredo no carnaval brasileiro. Atuando no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, desde os 25 anos, ela foi uma pioneira ao introduzir a terapia musical como forma de tratamento e acolhimento aos seus pacientes.
Ao longo de sua jornada profissional, ela presenciou e contribuiu para diversas mudanças no sistema de saúde do Brasil. Sua trajetória foi marcada por um comprometimento inabalável com o bem-estar dos pacientes e pela incessante luta por melhores condições de tratamento.
Seu conhecimento e experiência tornaram-se referência no Ministério da Saúde, desempenhando um papel significativo na formulação de políticas de saúde mental mais inclusivas e eficazes. A defesa do tratamento psiquiátrico humanizado foi um dos pontos altos de sua carreira. Dona Ivone Lara defendia que a saúde mental merecia ser tratada com a mesma atenção e respeito que qualquer outra área da medicina.
Assim, ela promoveu a integração de abordagens terapêuticas que respeitassem a dignidade dos pacientes, combatendo o estigma e preconceito associados às doenças mentais. A imagem de Dona Ivone Lara é retratada em um quadro exposto no espaço cultural do Ministério da Saúde, como um tributo à sua contribuição.
A Grande Dama do Samba e ex-profissional da Saúde nos deixou em 2018, aos 96 anos, deixando para trás um legado de dedicação, competência e empatia. Sua história serve de inspiração não apenas para seus colegas de profissão, mas para todos que acreditam em um Sistema Único de Saúde (SUS) mais justo e humano.
No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado nesta quinta-feira (25), é importante lembrar a importância de figuras como Dona Ivone Lara, que representam a força e a resiliência das mulheres negras na sociedade. Em meio às comemorações dos 71 anos do Ministério da Saúde, seu legado resplandece como um exemplo de profissional que impactou positivamente a vida de inúmeras pessoas. Edjalma BorgesMinistério da Saúde
Fonte: @ Ministério da Saúde
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