Bolsonaro na fila, réus do núcleo 1 são ouvidos
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade, na terça-feira, 10, aos interrogatórios dos réus do núcleo principal da trama golpe que teria sido articulada durante o governo Jair Bolsonaro para impedir a posse do presidente eleito Lula. O primeiro a depor foi o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, que foi chefe da Marinha entre abril de 2021 e dezembro de 2022. A investigação sobre o golpe está avançando e novas revelações podem surgir a qualquer momento.
A trama do golpe envolveu uma série de ações que visavam a derrubar o governo democraticamente eleito, incluindo um ataque à democracia e uma tentativa de invasão das instituições. Além disso, houve uma derrubada das regras democráticas e uma tomada de poder por meio de meios ilegais. O assalto à democracia foi um dos principais objetivos da trama golpe, que contou com a participação de vários indivíduos e grupos. _A verdade está sendo revelada_ e _a justiça será feita_. O STF está trabalhando arduamente para esclarecer todos os fatos relacionados ao golpe e garantir que os responsáveis sejam punidos.
Investigação do Golpe
A denúncia da PGR revelou que o almirante Almir Garnier teria aderido à trama golpista e colocado sua tropa à disposição do governo Jair Bolsonaro, o que foi negado por ele. Um dos questionamentos feitos pelo ministro Alexandre de Moraes foi sobre o episódio em que blindados da Marinha foram levados à Esplanada dos Ministérios no mesmo dia em que a Câmara votaria a proposta de emenda constitucional do voto impresso, o que foi visto como uma pressão ao Congresso Nacional e um possível ataque à democracia. O caso teve destaque na imprensa e foi entendido como uma invasão à soberania do Congresso. ‘Os chineses dizem que coincidências não existem’, afirmou Moraes, sugerindo que o evento foi uma derrubada da normalidade e um golpe à institucionalidade.
Resposta do Almirante
Em resposta, o almirante Almir Garnier disse que coincidências existem ‘até certo ponto’ e negou qualquer intenção de pressionar o Congresso, afirmando que a exibição dos blindados fazia parte de uma demonstração pública das capacidades da Marinha e já estava prevista. Afirmou que a coincidência de datas não foi proposital e que sua ida ao Planalto para entregar um convite ao presidente estava dentro de suas atribuições institucionais. No entanto, o ministro Luiz Fux quis saber se o almirante presenciou alguma reunião em que membros da cúpula das Forças Armadas ameaçaram prender o presidente da República, o que foi negado por Garnier, que considerou a ideia surreal e uma tomada de posição inaceitável. Sobre suposta declaração de que colocaria tropas à disposição, o almirante negou ter usado essa expressão, afirmando que havia preocupação com possível perda de controle por parte dos órgãos de segurança durante manifestações, o que levaria as Forças Armadas a agir como ‘último bastião’ contra um possível assalto à ordem pública.
Deslocamento dos Manifestantes
Questionado sobre o deslocamento dos manifestantes à Praça dos Três Poderes, Garnier afirmou que deixou o comando da Marinha em 31 de dezembro de 2022 e que, ao passar o comando, me desliguei completamente. Segundo ele, até aquele momento, não havia sinais de orquestração como a que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023, o que foi considerado um golpe à democracia e uma invasão à institucionalidade. Disse ainda ter ficado chocado ao ver os atos pela TV: ‘Tive até consequências físicas, foi algo muito triste e a nação brasileira não precisava disso’, uma clara referência à derrubada da normalidade e ao ataque à democracia. O PGR Paulo Gonet também fez perguntas ao almirante Garnier, mencionando o depoimento do general Freire Gomes, segundo o qual o almirante Garnier teria colocado suas tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro, inclusive informando o número de fuzileiros navais disponíveis, o que foi negado por Garnier, que considerou a acusação uma tentativa de assalto à sua honra e uma invasão à sua privacidade.
Fonte: © Migalhas
Comentários sobre este artigo