Instituição vinculada à Unesco oferece bolsas de pesquisa, o maior programa do mundo, em parceria com Museu de Ciências e mantém aberto ao público, com formas de acesso definidas, apesar da crise sanitária da Covid-19, e é membro da Câmara Brasileira do Livre.
O papel da ciência em nossas vidas é cada vez mais presente, mas é raro vermos alguém à frente da Academia Mundial de Ciências, vinculada à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), como diretor. Marcelo Knobel, ex-reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fez história ao ser o primeiro brasileiro a ocupar tal cargo.
Com uma carreira marcada pela dedicação à ciência, Marcelo Knobel assume o seu novo papel com entusiasmo. A partir de seu mandato, espera-se maior visibilidade para a ciência no cenário global. A eleição de Marcelo Knobel para a direção da Academia Mundial de Ciências também é um orgulho para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma instituição que sempre incentivou a excelência em pesquisas e estudos. A academia, fundada em 1929, tem se destacado em muitas áreas da ciência, com foco em inovação e relevância social.
Um legado de ciência e excelência
O renomado professor de física e ex-reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ingressou na instituição em 1995, como parte da equipe de professores da faculdade de física da Unicamp, cargo que ocupa até hoje. Com o tempo, tornou-se diretor executivo do Museu de Ciências da Unicamp, pró-reitor de graduação e, mais tarde, reitor, exercendo o cargo entre 2017 e 2021. Durante sua gestão, a Unicamp foi capaz de ampliar e diversificar as formas de acesso à instituição, criando um vestibular exclusivo para indígenas. Além disso, em 2020, fez história ao ser o primeiro reitor de uma universidade pública no Brasil a suspender as atividades presenciais diante da crise sanitária da Covid-19. Este momento, marcado pelo compromisso com a saúde pública e a segurança dos estudantes, é um exemplo da capacidade de adaptação e inovação da Unicamp.
Em sua longa carreira, o professor também teve envolvimento com organizações de destaque, como a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em que foi membro do conselho da Agência Bori e do Instituto Questão de Ciência. Além disso, foi curador da Câmara Brasileira do Livre e membro do comitê da International Data Center Authority. Suas parcerias com instituições como o Instituto Canoa, Instituto Principia, Instituto Insper, Massachusetts Institute of Technology e Brazilian Center for Research in Energy and Materials também demonstram sua dedicação à colaboração e ao avanço da ciência.
Atualmente, o profissional continua em atividade como membro do conselho da Magna Charta Observatory, Center for International Higher Education e IEEE Magnetics Society, além de ser membro da rede de experts de Stanford. Com uma visão clara sobre o papel da ciência na sociedade, o professor considera fundamental avançar a agenda de fomento à ciência nos países em desenvolvimento e ampliar a colaboração da entidade com países da América Latina e regiões como África e Ásia.
A ciência como ferramenta para o desenvolvimento
Em sua nova missão, o professor visa fortalecer a colaboração internacional e promover a ciência como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de países. ‘Há algumas áreas que considero fundamentais, e uma delas é a comunicação pública da ciência. É algo que podemos e devemos ampliar, porque já temos o principal, que são muitas histórias de histórias de sucesso [dos cientistas]’, disse o professor em entrevista à Folha.
A Academia Mundial de Ciências, instituição que o professor recentemente se filiou, é um centro acadêmico internacional com sede em Trieste, no Nordeste da Itália. Fundada em 1985, a instituição recebe financiamento de governos e instituições que viabilizam seus programas, incluindo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Hoje, a Academia se posiciona como um centro acadêmico internacional, com o maior programa de bolsas de pesquisa do mundo, concedendo mais de 400 bolsas anualmente para doutorandos e pós-doutorandos.
Fonte: @Baguete
Comentários sobre este artigo