Estudo revela que substâncias da fumaça de queimadas podem potencializar germinação de sementes do Cerrado, favorecendo a revegetação.
Foto: Reprodução/Rosana Marta Kolb/Unesp Substâncias presentes na fumaça de incêndios espontâneos podem estimular a germinação de sementes e, consequentemente, contribuir para a regeneração e recuperação do Cerrado. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) evidenciou esse impacto positivo da fumaça na natureza, trazendo novas perspectivas para a preservação do bioma. Receba as principais notícias direto no WhatsApp!
O trabalho científico demonstrou que a presença de determinados compostos na fumaça de queimadas pode desempenhar um papel fundamental no processo de regeneração das áreas afetadas. Além disso, os pesquisadores ressaltaram a importância de se compreender melhor os efeitos da fumaça na biodiversidade do Cerrado, visando a implementação de estratégias mais eficazes de conservação ambiental. A relação entre fumaça e revegetação revela aspectos surpreendentes da interação entre o fogo e a natureza.
Efeitos da Fumaça na Germinação de Espécies do Cerrado
A investigação sobre os efeitos da fumaça na germinação de espécies do Cerrado destaca a importância do fogo como um elemento natural nos ecossistemas desse bioma. A fumaça, como um dos subprodutos do fogo, pode desencadear o processo de germinação de sementes, contribuindo para a revegetação e a regeneração das áreas afetadas por incêndios.
Em um estudo que avaliou 44 espécies de plantas, foi observado que 32% delas apresentaram um aumento na germinação em resposta à concentração de fumaça. Essa resposta varia de acordo com a espécie vegetal e a quantidade de fumaça presente no ambiente.
Além disso, a fumaça contém uma variedade de substâncias, sendo as carriquinhas um grupo destacado por seu impacto nas vegetações. Essas substâncias podem quebrar a dormência das sementes, estimulando seu desenvolvimento e germinação.
A cientista Rosana Marta Kolb, mentora do estudo realizado por Gabriel Schimidt Teixeira Motta, ressalta a importância das espécies que possuem bancos de sementes, as quais podem permanecer no solo até que condições adequadas, como o fogo, as incentivem a brotar.
O fogo, quando ocorre de forma natural, desempenha um papel crucial na renovação das plantas, tornando-as mais resistentes e vigorosas. No entanto, é fundamental respeitar o equilíbrio natural do Cerrado e evitar a ocorrência de incêndios frequentes que possam prejudicar a regeneração das áreas afetadas.
Diante das mudanças climáticas e da ação humana, a necessidade de revegetação e restauração ambiental se torna cada vez mais urgente. O estudo destaca a importância de conhecer as respostas das espécies à água de fumaça, a fim de melhorar as práticas de restauração e aumentar as chances de sucesso na revegetação de áreas degradadas.
A técnica do ‘primer’, que consiste em embeber as sementes em água de fumaça antes da germinação, pode ser uma estratégia eficaz para fortalecer as sementes e promover a regeneração em ambientes degradados. Com um conhecimento mais aprofundado sobre as interações entre as plantas e a fumaça, é possível potencializar os esforços de restauração e conservação do Cerrado, garantindo a preservação desse importante bioma.
Fonte: @ Terra
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