Novo modelo de concessões inteligentes para rodovias de baixo tráfego, com contratos de 10 anos e foco em manutenção, prevê 15 leilões a partir de 2025.
O governo federal tem demonstrado interesse em impulsionar novas concessões de rodovias federais, buscando atrair investimentos privados para melhorar a infraestrutura do país. Além dos três leilões realizados no primeiro semestre e outros quatro agendados até dezembro, o Ministério dos Transportes tem trabalhado arduamente em uma nova modelagem para atrair a iniciativa privada: as chamadas concessões inteligentes, que se concentram em rodovias com menor volume de tráfego.
Essa abordagem inovadora visa otimizar a gestão de rodovias federais, tornando-as mais eficientes e seguras para os usuários. As concessões inteligentes também podem ser aplicadas em rodoviárias tradicionais, permitindo que essas estruturas sejam modernizadas e melhoradas. Com essa estratégia, o governo federal busca atrair investimentos privados para melhorar a infraestrutura de transporte do país, tornando-a mais competitiva e eficiente. A inovação é a chave para o sucesso nesse setor, e as concessões inteligentes são um passo importante nessa direção.
Concessões Inteligentes: Um Novo Modelo para Rodovias Federais
O Ministério dos Transportes está estudando um novo modelo de concessões, batizado de ‘concessão light’ pelo ministro Renan Filho. Nesse modelo, o pedágio seria cobrado eletronicamente, no formato free flow, com tarifa menor. O concessionário teria como foco a manutenção da estrada, sem a obrigação de oferecer serviços como guincho ou ambulância. Os contratos seriam de no máximo 10 anos, após o que o governo avaliará se o trecho será objeto de uma nova concessão ou se a rodovia será reassumida.
Pelo menos 15 projetos de concessões inteligentes estão em estudo pela pasta, com foco em rodovias de médio porte, com relevância regional e tráfego entre 2 mil e 5 mil veículos por dia. A BR-393, cuja concessão o governo federal pretende revogar por não cumprimento do contrato por parte da concessionária KInfra, é um exemplo de rodovia que pode ser oferecida ao mercado.
Um Modelo Alternativo para Gerenciamento de Rodovias Federais
Em abril, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, liderou uma comitiva da pasta que foi aos Estados Unidos para apresentar a carteira de projetos de concessões rodoviárias e buscar investimentos. Logo depois, o governo solicitou ao Banco Mundial um empréstimo de US$ 700 milhões para financiar esse novo modelo. A intenção do Ministério dos Transportes é concluir a modelagem desse tipo de certame este ano e realizar o primeiro leilão no primeiro semestre de 2025.
Especialistas consultados elogiaram o novo modelo em estudo, com potencial de atrair empresas e investidores que não têm fôlego para concessões tradicionais, que exigem grandes aportes em contratos de longo prazo, de 20 a 30 anos. Roberto Guimarães, diretor de planejamento e economia da Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base), afirma que o surgimento de um modelo alternativo para gerenciamento de rodovias federais pelo setor privado reforça o amadurecimento das concessões.
Vantagens das Concessões Menores
O especialista aponta algumas vantagens de se optar por uma concessão menor em vez de o próprio Dnit (órgão do ministério encarregado de fazer obras) fazer a manutenção ou contratar uma empresa terceirizada para executar o serviço. ‘O setor privado tem mais agilidade para contratar equipamento e mão de obra que o setor público, além disso é mais comprometido com a gestão do ativo quando assume uma concessão, que exige padrões mínimos de qualidade se comparada a uma obra’, diz Guimarães. Além disso, as concessões menores podem ser mais atraentes para empresas e investidores que não têm fôlego para concessões tradicionais.
Fonte: @ NEO FEED
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