Ibama multa exploração de animais selvagens em redes sociais e meio ambiente
Os influenciadores que têm animais selvagens como pets estão no centro de uma grande controvérsia no Brasil, especialmente quando se trata da relação entre esses influenciadores e o Ibama. A discussão gira em torno da posse de animais silvestres como animais de estimação, o que é visto como um problema por muitos. A posse de animais selvagens é um tema complexo e envolve questões de conservação, bem-estar animal e segurança pública. Nesse contexto, os influenciadores que possuem esses animais são vistos como uma ameaça à conservação da biodiversidade e ao bem-estar dos animais.
Além disso, a presença de influenciadores com animais selvagens em seus lares também levanta questões sobre a responsabilidade dessas celebridades e personalidades em relação ao tratamento e ao cuidado desses animais. Figuras públicas como essas têm uma grande influência sobre o público e devem ser conscientes do impacto que suas ações podem ter sobre a opinião pública e a conservação da natureza. A educação é fundamental para mudar a percepção das pessoas sobre a posse de animais selvagens e a conscientização é essencial para proteger esses animais e o meio ambiente. Agenor Tupinambá, de 25 anos, é um exemplo de como a posse de animais selvagens pode ter consequências graves e a responsabilidade é de todos em proteger a natureza e os animais que a habitam.
Introdução ao Caso de Agenor Tupinambá
Em 2023, o Ibama apreendeu uma capivara criada por Agenor Tupinambá, um influenciador digital de 25 anos, como pet, a Filó. Esse caso chamou a atenção do país e gerou uma grande discussão sobre a posse de animais selvagens. Outro exemplo semelhante aconteceu em abril do mesmo ano, quando a instituição apreendeu uma jaguatirica no interior do Pará, apelidada de Pituca. Esses casos envolvem não apenas influenciadores, mas também celebridades e personalidades que possuem animais silvestres como pets.
Agenor Tupinambá ganhou a atenção do país em 2023, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiu apreender a capivara criada por ele como pet, a Filó. A apreensão aconteceu porque, segundo o instituto, o animal estaria sendo exibido indevidamente nas redes sociais e criado em condições inadequadas. Para o Ibama, Agenor Tupinambá ‘adquiriu seguidores expondo sistematicamente a fauna silvestre em seus perfis de forma irregular, sem licença ambiental para a atividade.’ Tupinambá abriu um processo em que requereu a guarda da capivara e ganhou, permitindo que Filó continuasse com ele até hoje.
Impacto na Opinião Pública
O juiz que julgou o caso disse, na decisão, que o animal ‘vive em perfeita e respeitosa simbiose com a floresta’ e que ‘não é a Filó que mora na casa de Agenor, é o autor (Agenor) que vive na floresta.’ Advogados do influenciador apresentaram a tese de que ele ‘jamais buscou a fama’, que ‘seus seguidores foram chegando aos poucos’ e que a explosão de seguidores teria ocorrido depois de um vídeo viral com Filó, ‘gerando o efeito natural de ganhos de seguidores e engajamentos.’ Esse caso não apenas catapultou Agenor para além das próprias redes sociais, mas também o tornou uma figura pública, com influenciadores, celebridades e personalidades discutindo sobre a posse de animais selvagens e o impacto na opinião pública.
O caso de Agenor Tupinambá também gerou um projeto de lei no ano passado, na Câmara dos Deputados, batizado com seu nome, que descriminaliza a posse e criação de animais silvestres não ameaçados de extinção. O projeto aguarda votação na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Passados dois anos desde o episódio, Agenor Tupinambá alcançou a marca de 1,7 milhão de seguidores no Instagram e outros 1,8 milhão no TikTok, mais do que o dobro do número que tinha sido anotado na multa lavrada pelo Ibama, em 2023. Quem visita a página dele hoje verá mais do que fotos com a capivara ou de sua vida privada, mostrando como os influenciadores podem impactar a opinião pública e a forma como as celebridades e personalidades podem influenciar a percepção do público sobre questões ambientais.
Consequências e Desenvolvimentos
Tupinambá trancou o curso de graduação em agronomia, se mudou para um sítio no interior do Amazonas e passou a trabalhar somente com internet. Levou Filó junto. O influenciador diz que faz hoje publicidade de empresas locais e também que assinou contrato anual com um site de apostas. Tupinambá contou à BBC News Brasil que recebeu algumas críticas depois de ter assinado o contrato. Ao lado da publicidade mais recente está outra foto, também destacada no feed, de Tupinambá e Filó, com o título ‘#tbt para matar a saudade de vcs’. Ele afirma, no entanto, que não faz qualquer uso da capivara diretamente nos anúncios. ‘Nunca ganhei nada em cima dela, do que eu postava com ela. Depois, meses depois que tudo aconteceu, foi aí que comecei a trabalhar com a internet’, disse. Esse caso mostra como os influenciadores, celebridades e personalidades podem ter um impacto significativo na forma como a opinião pública percebe questões relacionadas ao meio ambiente, recursos naturais e animais selvagens, e como a vida privada deles pode ser afetada por suas ações.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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