Mercado imobiliário mundial investe no Brasil apesar de desafios na infraestrutura urbana e estabilidade macroeconômica.
O investimento estrangeiro no Brasil tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos. A situação geopolítica global, marcada por eventos como a guerra na Ucrânia e as tensões entre China e Estados Unidos, tem contribuído para uma maior cautela por parte dos investidores internacionais. Nesse contexto, o investimento em nosso país torna-se ainda mais crucial para impulsionar o crescimento econômico e superar as dificuldades atuais.
A busca por aplicação de capital de forma eficiente é fundamental para atrair o investimento estrangeiro. Isso envolve a criação de um ambiente de negócios favorável, com políticas econômicas estáveis e uma regulamentação clara. Além disso, o aporte de recursos para setores estratégicos, como infraestrutura e tecnologia, pode ser um fator-chave para estimular o investimento e o crescimento econômico. O capital estrangeiro, quando bem direcionado, pode ser um importante motor para o desenvolvimento do país, e é essencial que sejam tomadas medidas para tornar o Brasil um destino atraente para o investimento. É preciso agir rapidamente e com estratégia para não perder oportunidades de investimento em um mercado global cada vez mais competitivo.
Investimento Estratégico
O Brasil, como parte integrante da América Latina, região que historicamente depende da confiança do investidor externo, tem enfrentado um desafio significativo no que diz respeito ao investimento estrangeiro direto, que, de acordo com dados da UNCTAD de 2023, apresentou uma queda de 14% no último ano. Essa tendência de baixa nos fluxos de investimento é um sinal claro de que o capital tem preferido mercados mais maduros, como os dos EUA, Reino Unido ou Alemanha, que oferecem retornos iguais ou superiores, com menos risco e maior previsibilidade, tornando o investimento uma opção mais atraente. Além disso, áreas como o mercado imobiliário, energia renovável, tecnologia e infraestrutura urbana têm sido alvo de aportes consistentes, mas o Brasil não tem conseguido atrair esses investimentos de forma eficaz, devido à falta de estabilidade macroeconômica, que é essencial para o investimento.
Desafios para o Investimento
Enquanto o Brasil continuar apresentando juros altos, inflação instável e um ambiente regulatório frágil, o capital seguirá distante, buscando mercados com menos volatilidade. A prioridade para o investimento será onde houver mais estabilidade e segurança jurídica, fatores cruciais para o investimento. A América Latina, no entanto, não está fora do radar dos investidores, com países como o México e o Chile apresentando avanços significativos em áreas como o nearshoring e o ecossistema de energia limpa, respectivamente, e implementando regulações mais amigáveis ao investidor, o que tem atraído investimentos. Já o Brasil ainda enfrenta desafios em temas essenciais, como a infraestrutura, onde, segundo a Abdib, investimos apenas 2,2% do PIB, muito abaixo do ideal de 4,3%, com gargalos significativos no transporte e saneamento, afetando diretamente a logística, o adensamento urbano e a viabilidade de parques industriais, pilares fundamentais para o avanço imobiliário e para o investimento.
Estratégias para Atrair Investimento
Para atrair capital e impulsionar o investimento, é necessário agir em três frentes principais: estabilidade macroeconômica, mantendo juros e inflação sob controle; segurança jurídica e institucional, com clareza regulatória e respeito a contratos; e investimento em infraestrutura, buscando ampliar a capacidade urbana e logística. Com essas medidas, o Brasil pode se reposicionar no cenário internacional e tornar-se mais atraente para o investimento. Além disso, o país tem um diferencial demográfico, um vasto mercado interno e uma forte capacidade de consumo, fatores que, se bem explorados, podem gerar confiança de longo prazo para o investimento. O capital global não desapareceu, ele apenas mudou de rota, e cabe ao Brasil mostrar que está pronto para recebê-lo novamente, especialmente no mercado imobiliário, que pode ser uma alavanca para essa retomada, desde que haja um compromisso real com a transformação estrutural e o investimento.
Fonte: © Estadão Imóveis
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