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Vendas dos ativos do Grupo Virgolino de Oliveira, em recuperação judicial, próximas de concretizar. Negócio pode atingir R$ 2,5 bi, envolvendo grandes players.
O desfecho do que já foi um dos principais conglomerados da área sucroalcooleira do Sudeste está próximo de ser concretizado em um negócio que tem potencial para gerar uma movimentação superior a R$ 2,5 bilhões. Segundo informações obtidas pelo NeoFeed, o Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), detentor de quatro usinas e extensas áreas de plantação, planeja, até o final desta semana, formalizar a contratação de um intermediário para comercializar seus bens.
Com uma operação dessa magnitude em vista, a expectativa é de que a transação envolvendo o GVO desperte o interesse de diversos investidores do setor. A decisão de se desfazer de seus ativos representa um novo capítulo para o empreendimento que, por décadas, foi uma referência na produção de cana-de-açúcar e derivados.
Grupo Virgolino de Oliveira: Negócio em Recuperação Judicial
O Grupo Virgolino de Oliveira, conhecido como GVO, está em um momento crucial de sua história. Em recuperação judicial desde 2021, com uma dívida colossal de R$ 7 bilhões, a empresa enfrenta a pressão dos credores para avançar com uma transação que possa aliviar suas finanças. A recomendação é clara: contratar a Makalu Partners e prosseguir com a venda de usinas e terras, após um processo que envolveu a participação da Czarnikow e da Íntegra Associados.
O plano em questão é simples, porém crucial para o futuro do negócio. A ideia principal é vender ativos para quitar as dívidas com os credores, garantindo assim a continuidade das operações do Grupo Virgolino de Oliveira. No entanto, apesar da indicação de um corretor, a decisão final ainda não foi tomada. O juiz estabeleceu um prazo limite, até a quinta-feira, 27 de junho, para que GVO e os credores cheguem a um acordo que beneficie ambas as partes.
As negociações estão em andamento, com o objetivo de evitar litígios e permitir que o processo de recuperação judicial prossiga de forma harmoniosa. Neste cenário, surgem as Unidades Produtivas Independentes (UPIs), no total de nove, sendo que cinco delas se destacam. Quatro usinas localizadas em Catanduva, José Bonifácio, Monções e Itapira, todas avaliadas em valores expressivos, juntamente com 6,7 mil hectares de terra, compõem os ativos em destaque, avaliados em R$ 1,9 bilhão e R$ 646 milhões, respectivamente.
Este empreendimento de venda das UPIs tem o potencial de atrair grandes players do setor, considerando a escassez de unidades disponíveis para aquisição no mercado paulista. A movimentação recente no mercado, como a aquisição da Bunge Energia pela BP e o aumento da participação da Mubadala na Atvos, demonstra a dinâmica e o interesse dos investidores no segmento.
No entanto, surgem questionamentos sobre os valores envolvidos na transação. Alguns profissionais do setor argumentam que os descontos propostos podem não ser suficientes, considerando o estado das usinas e a competição acirrada no mercado de cana-de-açúcar. A incerteza paira sobre o futuro das unidades industriais, enquanto o valor das terras é visto como um ponto de destaque neste processo de venda.
A origem da dívida do Grupo Virgolino de Oliveira remonta ao período entre 2000 e 2010, quando a empresa expandiu suas operações com a construção de duas usinas. Para financiar essa expansão, o grupo emitiu bonds no valor total de US$ 735 milhões, buscando captar recursos para sustentar seu crescimento. No entanto, com a queda dos preços em 2017 e os impactos da Covid-19, a situação financeira do GVO se deteriorou, resultando na necessidade de recorrer à recuperação judicial em 2021.
Neste contexto desafiador, a venda das UPIs se apresenta como uma oportunidade crucial para a reestruturação do negócio e a satisfação dos credores. O desfecho dessa transação será determinante para o futuro do Grupo Virgolino de Oliveira e para o setor como um todo.
Fonte: @ NEO FEED
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