Espaço para bem-estar, alimentação saudável e inovação, com chá em temperaturas amenas.
O outono é uma estação que traz consigo um clima mais seco e agradável, com céus azuis e um ar fresco que anuncia a chegada do inverno. Nessa época do ano, as folhas das árvores começam a cair, criando um cenário natural único e pitoresco. É nesse contexto que o chá se torna uma bebida ainda mais atraente, pois seu sabor e aroma se harmonizam perfeitamente com as temperaturas mais amenas. O chá é uma opção excelente para se aquecer e relaxar durante as noites mais frias do outono.
A infusão de ervas e folhas para criar uma tisana ou um chá é uma prática antiga e muito apreciada. A bebida resultante pode ser consumida quente ou fria, dependendo do gosto pessoal, e é conhecida por seus benefícios para a saúde. Além disso, o chá pode ser preparado de diversas maneiras, desde a tradicional infusão de folhas de chá até a criação de tisanas com ervas e frutas. É uma delícia saborear um chá quente em uma noite fria de outono, sentindo o ar fresco e ouvindo o som das folhas que caem. É um momento perfeito para apreciar a beleza da natureza e desfrutar de uma bebida reconfortante, como o chá.
Introdução ao Chá
Segundo uma antiga lenda chinesa, o chá ancestral foi descoberto por acaso, quando algumas folhas caíram na água fervente do imperador Shen Nong, mais de 2.700 anos antes de Cristo. Até o chá chegar às nossas xícaras, foram milênios de rituais e vaivéns pelas rotas comerciais que cruzavam continentes, disseminando o hábito. Hoje, muitas bebidas são genericamente chamadas de ‘chá‘, mas os puristas fazem distinção: chá, mesmo, é só a infusão das folhas da ‘Camellia sinensis’. Tudo o mais – camomila, erva-doce, hortelã – é ‘tisana‘. A diferença não é apenas botânica: apenas o chá contém cafeína, embora numa concentração menor do que a do café. Por isso é, ao mesmo tempo, estimulante e relaxante, tornando-se uma ótima opção para quem busca um momento de tranquilidade.
O Chá e a Meditação
Essa combinação fez do chá um aliado da meditação em diversas tradições orientais. O Japão talvez tenha levado esse aspecto ao ápice na cerimônia do chá. Originalmente ligada ao zen-budismo, essa prática de preparar e servir o chá convida ao silêncio, à atenção plena e ao acolhimento do outro. Já na China, onde tudo começou, beber chá é um hábito cotidiano, mas não por isso menos cercado de significados. Há rituais próprios, gestos específicos e respeito profundo pela infusão, que oferece experiências distintas de sabor e aroma, segundo as formas de processamento da folha. É isso que distingue os diferentes chás – branco, verde, preto, oolong, entre outros. Além disso, o chá é frequentemente consumido em um tempo mais seco, quando o ar mais fresco torna a experiência ainda mais agradável.
O Chá no Brasil
No Brasil, a planta tradicional nunca reinou absoluta. Em vez disso, nos nossos quintais, floresceu uma arte particular. Quem nunca tomou erva-doce para acalmar, ou boldo para o enjoo? Há folhas para todo propósito: capim-santo para dormir melhor, goiabeira para a febre, camomila para a ansiedade. O ‘chazinho da vovó‘ pode não ser ‘chá‘, mas oferece igual conforto. Curiosamente, no tempo da Corte portuguesa o chá, aquele ‘verdadeiro’, até ganhou certo status por aqui. Conta-se que, no Rio de Janeiro do século 19, as damas procuravam imitar a nobreza britânica servindo chá ao final da tarde, costume trazido por Dona Carlota Joaquina. Dizem que os pretendentes eram submetidos a longas esperas para acompanhar as moças esses eventos – e daí nasceu a expressão ‘chá de cadeira‘. Muito além de uma herança cultural, o chá é valorizado até hoje, sendo uma popular bebida que pode ser consumida em qualquer momento, seja como uma infusão ou como uma tisana.
O Chá no Mundo
É a segunda bebida mais consumida no planeta, perdendo apenas para a água. Produzido sobretudo na Ásia e na África, ele mantém seu lugar não só pela tradição, mas porque nos dá o que mais buscamos no dia a dia: uma pausa. Mesmo se nem sempre notamos a mudança das estações, há uma sabedoria em permitir que o corpo se acomode à sua passagem. Então, quando o outono sacudir as folhas das árvores, lembre-se daquelas que caíram na xícara do imperador chinês e prepare uma boa caneca de chá para acompanhar a sutileza dessa transição, aproveitando o ar mais fresco e o tempo mais seco para saborear essa deliciosa bebida, que pode ser uma infusão ou uma tisana.
Fonte: @ Veja Abril
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