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Até o último mês, as pessoas ainda eram solicitadas a enviar documentos ao governo usando dispositivos de armazenamento ultrapassados.
Levou um tempo, mas o Japão finalmente se despediu dos disquetes. Até o último mês, ainda era necessário que cidadãos enviassem papéis para o governo utilizando dispositivos de armazenamento quadrados, com mais de mil regulamentações exigindo sua utilização. No entanto, essas normas foram finalmente revogadas, de acordo com o ministro de Assuntos Digitais, Taro Kono.
Os disquetes, também conhecidos como discos magnéticos, eram considerados ultrapassados e foram substituídos por tecnologias mais modernas. A eliminação do uso desses dispositivos quadrados representa um avanço significativo no processo de digitalização do país. A decisão de encerrar a obrigatoriedade do uso dos disquetes foi bem recebida pela população, que agora pode utilizar métodos de envio de documentos mais eficientes e atualizados.
Ministro de Assuntos Digitais do Japão declara vitória sobre os disquetes
No ano de 2021, Kono anunciou uma batalha contra os disquetes, discos magnéticos ultrapassados utilizados como dispositivos de armazenamento. Em uma quarta-feira, quase três anos depois, ele proclamou o triunfo: ‘Vencemos a guerra contra os disquetes!’ Desde que assumiu o cargo, Kono estabeleceu como objetivo eliminar a tecnologia obsoleta, incluindo os dispositivos quadrados. Ele também expressou o desejo de se livrar dos aparelhos de fax, em um esforço para modernizar as práticas de armazenamento de documentos do governo.
O Japão, outrora considerado uma potência tecnológica, enfrentou desafios na adoção de novas tecnologias devido à resistência à mudança. Os locais de trabalho japoneses continuaram a preferir os aparelhos de fax em detrimento dos e-mails, resultando em planos fracassados de remoção desses dispositivos dos escritórios públicos. O anúncio de Kono gerou debates nas redes sociais, com usuários questionando a persistência do governo no uso de disquetes, considerados símbolos de uma gestão ultrapassada.
Os disquetes, criados na década de 1960, perderam popularidade na década de 1990 com o surgimento de soluções de armazenamento mais eficientes. Um disquete de 3,5 polegadas é capaz de armazenar apenas 1,44 MB de dados, tornando-os obsoletos em comparação com pendrives modernos. A última fabricante de disquetes, a Sony, encerrou sua produção em 2011, marcando o fim de uma era.
Como parte dos esforços para digitalizar a burocracia, o Japão lançou a Agência Digital em setembro de 2021, liderada por Kono. No entanto, a transição para o digital enfrenta obstáculos, como a persistência das empresas japonesas em exigir documentos oficiais carimbados, conhecidos como hanko. Apesar dos esforços do governo para eliminar essa prática, muitas pessoas ainda preferem o método tradicional de autenticação.
A mudança para a era digital no Japão também foi marcada pelo fim dos pagers em 2019, um meio de comunicação popular no passado. O último assinante privado do serviço revelou que sua mãe idosa preferia o pager como método de comunicação. Essas transformações refletem os desafios e as resistências enfrentadas pelo Japão na modernização de suas práticas tecnológicas, enquanto busca se adaptar às regulamentações e exigências do mundo digital em constante evolução.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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