Aluísio Azevedo é hostil, mas pioneiro sobre Abolição da Escravatura e literatura ambientada
A Abolição da Escravatura é um tema que ainda ecoa na literatura brasileira, especialmente em obras como O Cortiço, de Aluísio Azevedo, publicada em 1890. A Abolição é um marco importante na história do Brasil, e sua representação em obras literárias é fundamental para entender o contexto social e político da época. A luta pela liberdade é um tema recorrente em muitas obras, e O Cortiço não é exceção. A obra de Aluísio Azevedo é considerada um precursor da literatura ambientada em comunidades brasileiras, mas também perpetua preconceitos que são importantes de serem analisados criticamente.
No contexto da Abolição, a libertação dos escravos é um tema que ganha destaque, especialmente em obras que exploram a vida nas comunidades brasileiras. A emancipação dos escravos é um processo que envolve não apenas a liberdade física, mas também a igualdade de direitos e oportunidades. A luta pela igualdade é um tema que ainda é relevante hoje em dia, e obras como O Cortiço podem ser vistas como um reflexo da sociedade da época. A importância da Abolição não pode ser negligenciada, e sua representação em obras literárias é fundamental para entender a complexidade da história brasileira. Além disso, a voz dos oprimidos é um tema que ganha destaque em obras que exploram a vida nas comunidades brasileiras, especialmente em contextos como a Abolição da Escravatura.
Introdução à Abolição
A Abolição da Escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1890, marcou um momento crucial na história brasileira, mas a literatura ambientada nesse período, como o romance ‘O Cortiço’ de Aluísio Azevedo, lançado dois anos após a Abolição, apresenta uma visão distorcida da realidade. A obra, que se passa nos cortiços do Rio de Janeiro, embriões de favelas, reforça ideias preconceituosas e estereotipadas, como a sensualidade inebriante e descontrolada da mulher negra, na figura de Rita Baiana, em vez de promover a libertação e a emancipação das comunidades brasileiras. A Abolição, que deveria ter trazido liberdade e igualdade, é retratada de forma superficial, sem abordar as questões profundas que afetavam as comunidades negras e pobres.
A interpretação elitista da obra, reforçada por resumos de obras e apostilas para o vestibular, contribui para que o romance seja visto como um clássico, mas que presta um enorme desserviço ao favelado brasileiro. A Abolição da Escravatura, que deveria ter sido um marco importante para a libertação e a emancipação, é reduzida a uma mera data, sem que sejam abordadas as questões profundas que afetavam as comunidades negras e pobres. A liberdade e a igualdade, que deveriam ter sido conquistadas com a Abolição, são apenas uma ilusão, e a obra de Aluísio Azevedo reforça essa visão distorcida.
Análise da Obra
A obra reforça também o preconceito contra o pobre, que trabalha como escravo e, ao invés de rezar ou descansar aos finais de semana, canta, dança e se embriaga, como lemos na maior parte da história. Os negros são comparados a macacos – ‘monos’, na expressão recorrente no livro – e não terão futuro, assim como suas filhas e filhos. O personagem homossexual, Albino, é descrito com clichês que vão da vestimenta às falas, passando pelo comportamento afetado, fofoqueiro e íntimo de lavadeiras, igualmente fofoqueiras. A Abolição, que deveria ter trazido liberdade e igualdade, é retratada de forma superficial, sem abordar as questões profundas que afetavam as comunidades negras e pobres. A libertação e a emancipação, que deveriam ter sido conquistadas com a Abolição, são apenas uma ilusão, e a obra de Aluísio Azevedo reforça essa visão distorcida.
Nem Bertoleza, a negra que trabalha incansavelmente para ajudar o português João Romão a ficar rico, tem o protagonismo que mereceria para justificar outro clichê, o da personagem emblemática que denunciaria a exploração. Ela é pouco mencionada. Não se constitui, sequer, em personagem secundária e, quando aparece, no final do romance, seu desfecho trágico parece mais uma lembrança do autor para fechar a história com impacto do que ter sido preparada, em termos literários, para figurar como denúncia. A Abolição da Escravatura, que deveria ter sido um marco importante para a libertação e a emancipação, é reduzida a uma mera data, sem que sejam abordadas as questões profundas que afetavam as comunidades negras e pobres. A liberdade e a igualdade, que deveriam ter sido conquistadas com a Abolição, são apenas uma ilusão, e a obra de Aluísio Azevedo reforça essa visão distorcida.
Conclusão
Essas colocações contrariam ideias antigas sobre ‘O Cortiço’. Então vamos combinar o seguinte: vamos ler o romance? Não vale resumo de internet, certo? Ler mesmo, de cabo a rabo, prestando atenção, buscando o significado das palavras incompreendidas. Então podem aflorar mensagens iradas contra esta resenha; questionamentos a quem vier a repetir o clichê; e sobretudo uma sensação maravilhosa, que não tem preço, resultante de constatações evidentes, sem o peso da tradição literária. Será uma nova Abolição, que trará liberdade e igualdade, e não apenas uma ilusão. A Abolição da Escravatura, que deveria ter sido um marco importante para a libertação e a emancipação, será finalmente conquistada, e a obra de Aluísio Azevedo será vista como um reflexo da visão distorcida da época, em vez de um clássico que presta um enorme desserviço ao favelado brasileiro. A libertação e a emancipação, que deveriam ter sido conquistadas com a Abolição, serão finalmente conquistadas, e a liberdade e a igualdade serão uma realidade, e não apenas uma ilusão.
Fonte: @ Terra
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