Big Techs em rota de colisão, lobby sofre com política pública e estratégia de moderação
A saída de Daniela da Silva Scapin do cargo de head de políticas públicas para o WhatsApp no Brasil, nesta sexta-feira, 7, foi um evento marcante que chamou a atenção para a Meta e suas decisões recentes. A Meta, empresa por trás do WhatsApp, tem sido alvo de críticas e debates em relação às suas políticas e práticas. A decisão de Daniela da Silva Scapin de deixar o cargo foi um protesto contra a ‘virada retórica’ da Meta após a eleição de Donald Trump para a presidência americana.
A Meta, como uma corporação multinacional, tem um impacto significativo na sociedade e na forma como as pessoas se comunicam. A saída de Daniela da Silva Scapin é um exemplo de como as decisões da Meta podem afetar não apenas a empresa, mas também as pessoas que trabalham nela. É importante lembrar que as ações da Meta têm consequências reais e podem influenciar a forma como as pessoas percebem a tecnologia e a comunicação. Além disso, a transparência é fundamental para que as empresas, como a Meta, possam manter a confiança de seus usuários e funcionários. A Meta precisa ser mais transparente em suas decisões e ações para evitar mal-entendidos e críticas.
Introdução à Meta e sua Estratégia
A aliança entre uma empresa e um governo recém-eleito não é novidade, mas a velocidade e intensidade com que a Meta se alinhou à política e ideologia do novo governo é algo notável. A virada retórica da Meta, liderada por Mark Zuckerberg, foi marcada pela adesão a uma base ideológica distinta dos valores que orientavam o trabalho da empresa até então. Isso foi evidenciado pela decisão de encerrar a estratégia de moderação de conteúdo no Facebook e adotar um sistema mais parecido ao do X, baseado em comunidades baseadas. A empresa, agora uma corporação multinacional, parece ter abandonado suas políticas de diversidade e inclusão, que não encaixam com a linha ideológica do novo governo.
A presença de Zuckerberg na posse do novo governo e a decisão de encerrar políticas de diversidade e inclusão que não encaixam com a linha ideológica do novo governo são exemplos claros da nova direção da Meta. A empresa, que até então era conhecida por sua política pública de moderação de conteúdo, agora parece ter adotado uma abordagem mais flexível, que pode ser interpretada como uma tentativa de agradar ao novo governo. A decisão de encerrar o programa de checagem de fatos em suas plataformas também é um exemplo disso, e pode ter implicações significativas para a empresa e para a sociedade como um todo.
Impactos na Equipe Brasileira da Meta
Até agora, as movimentações nos Estados Unidos pareciam não ter tido grandes impactos na equipe brasileira das multinacionais envolvidas, mas a declaração de Scapin dá a entender que isso não deve seguir assim por muito tempo, pelo menos na Meta. A profissional, que havia acabado de completar um ano de trabalho na Meta, veio de quase 10 anos de trabalho na Open Society, uma ONG fundada pelo bilionário americano George Soros. A rota de colisão entre a Meta e as autoridades brasileiras já estava desenhada no próprio vídeo de Zuckerberg, no qual o CEO pede a ajuda do novo governo para combater a ‘censura’ na União Europeia, China, e também no Brasil.
A resposta do Planalto foi articulada em frentes de atuação no Legislativo e no Supremo Tribunal Federal (STF), que deram início ao julgamento de ações sobre a responsabilização das redes sociais. A Meta e as demais grandes empresas de tecnologia deram a pista de qual deve ser a sua estratégia no dia 22 de janeiro, ao não dar as caras em uma audiência pública organizada pela Advocacia-Geral da União (AGU). O debate promovido pela AGU buscava discutir a decisão da Meta de encerrar o programa de checagem de fatos em suas plataformas, o que pode ter implicações significativas para a empresa e para a sociedade como um todo.
Regulamentação Econômica das Big Techs
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu mostras que o governo também pensa em pegar as empresas pelo bolso, propondo a chamada ‘regulamentação econômica das big techs’. O que isso quer dizer na prática não está claro, porque o texto da proposta ainda não foi divulgado. No entanto, é possível que a regulamentação econômica das big techs tenha implicações significativas para a Meta e outras empresas de tecnologia, e pode ser um exemplo de como o governo está tentando exercer controle sobre as empresas que operam no país. A Meta, como uma empresa multinacional, pode ter que se adaptar a essa nova realidade, e encontrar maneiras de operar dentro das novas regras e regulamentações. A empresa, que é uma das maiores corporações do mundo, pode ter que repensar sua estratégia de moderação de conteúdo e sua abordagem em relação à diversidade e inclusão, para evitar problemas com o governo e com a sociedade.
Fonte: @Baguete
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